Presidente da Assembleia aproveitará sessão solene do Dia da Região para tocar na ferida do empobrecimento da classe média

Um presidente atento às questões sociais, a levá-las para o centro do seu discurso. Fotos Amílcar Figueira.

A Assembleia Legislativa assinala, amanhã, o Dia da Região com a sessão solene da praxe. Em entrevista ao FN, José Manuel Rodrigues adianta que fará um discurso menos político e mais focado nos problemas que afetam o dia a dia dos madeirenses, como tem sido seu timbre desde que assumiu as rédeas do Parlamento. Por isso, o presidente da Assembleia Legislativa tocará na ferida do empobrecimento crescente e preocupante da classe média e as suas repercussões em várias domínios, que não podem ser vistos com indiferença ou com uma cultura de alheamento. Há dados concretos. Há caminhos. O presidente vai explorar as várias dimensões do problema, no seu discurso, pois fez já o trabalho de casa.

Aliás, José Manuel Rodrigues tem seguido este caminho nos discursos, com um conteúdo mais de cariz social e estruturante. A propósito, recorda: “Procuro fazer intervenções menos políticas para ir ao encontro dos problemas da população. Há dois anos, falei do envelhecimento da população e da baixa taxa da natalidade. Falava-se menos do assunto. Na altura, olharam-me com ar de espanto. Hoje é um problema real e muito falado”.

Do ponto de vista formal, o formato da sessão continua igual. O presidente justifica-se: “Eu acho que poder e as instituições devem ter uma certa liturgia como tem a igreja. Essa liturgia vai criando raízes ao longo dos séculos e acredito que esse simbolismo deve ser mantido. Mas também entendo que as instituições não devem ficar paradas a ganhar mofo. A originalidade deve estar sim na substância das intervenções de todos os partidos que farão as suas intervenções”.