Iniciativa Liberal ironiza com os dados oficiais das altas notas dos alunos da RAM

A Comissão Coordenadora da Iniciativa Liberal Madeira emitiu um comunicado dando conta de que os liberais têm “imensas dificuldades em explicar aos nossos filhos, os princípios de rigor e de conhecimento que se aplicam em contexto escolar”.

“Que fique bem claro que os estudantes que cumpriram com os critérios que foram determinados pela instituição escolar, não têm culpa nenhuma disto. Ser bom aluno e ter boas notas é sempre motivo de orgulho”, referem. Porém, comentam uma notícia que dá conta de que “39,5% dos finalistas da Escola Francisco Franco tiveram um aproveitamento nos 3 pontos superiores do intervalo (que supomos ainda ser entre 0 e 20)”.

“Quase 40% dos 511 finalistas tem média superior a 17. Merecem diploma. Mesmo sem saber os resultados dos restantes 60% (suspeitamos que igualmente com notáveis notas) é extraordinário o nível médio dos nossos alunos. E é igualmente espantoso que achemos isto razoável. Não é. Não estamos a premiar a excelência – estamos a vulgarizar o trabalho, o esforço, o sacrifício, a pesquisa e a diminuir motivação daqueles que se distinguem de facto”, sublinham os liberais.

Para estes, “o código de exigência diz que se deve premiar o mérito. Assim, nada contra que se reconheçam aqueles que conseguiram concluir o ano com média de 20 valores. Era mais do que suficiente. Mas isto para a massificação socialista do Sr. Secretário da Educação não era suficiente. E vai daí vamos premiar também os que tiveram 18 e 19 valores. Quanto é que isso dá? São mais 123. É pouco. Que tal diplomas para os que terminaram com média entre 17 e 17,9? São mais 79. Não chega. E que tal darmos um diploma a todos os que nunca faltaram às aulas? Sempre são mais 69. Assim ficamos com quantos? 271? Não, o total tem que ser uma capicua. Arranje aí mais um. Podemos dar um diploma de “Atitudes e Valores”. Perfeito”, ironiza a IL.

O partido critica a “vulgarização das notas que está implícita na subida generalizada das médias e explícita no número norte-coreano de diplomas de mérito”, e considera que a diferença “entre ter óptimas notas ou muito boas é a escolha entre estudar ou não fazer nenhum. Não há cerimónia protocolar que esconda este facto. É a cultura do facilitismo, do imediato e do curtíssimo prazo, válida até ao primeiro confronto frontal com a realidade. Infelizmente, tal confronto já não acontece à saída do secundário, da universidade ou do primeiro trabalho – é só mesmo ao olhar para os rankings do país, no seu desenvolvimento, produtividade ou crescimento. Mas estamos todos no mesmo barco, não é?! Afundemos em conjunto, mas diplomados de mérito! Viva!”, prossegue a ironia dos liberais.