GR diz a Carlos Pereira que “mais do que folhas de jornais é preciso apresentar folha de serviço”

O gabinete do secretário regional das Finanças veio acusar o socialista Carlos Pereira de, “mais uma vez e usando uma técnica já velha e gasta, que balança entre a demagogia e a falta de ideias válidas”, “fingir-se preocupado com aquilo que diz ser uma “discriminação negativa” das empresas regionais no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.

“E apesar de desconfiar desta “preocupação” do deputado socialista – a quem, sabemos, tem faltado vontade política para usar a sua posição de vice-presidente da bancada do PS na Assembleia da República, na defesa dos melhores interesses dos madeirenses e porto-santenses –, o Governo Regional considera esta uma matéria prioritária e sobre ela tem conseguido minorar algumas das decisões desvantajosas de um Plano Nacional, que nunca acompanhou as necessidades da Região e que ficou muito aquém daquelas que eram as nossas expectativas”, refere uma nota.

“Na dotação financeira global a afectar à Madeira, o Governo Regional apresentou um documento com várias reivindicações estratégicas, assegurando 697,2 milhões de euros de afectação direta, sendo 136 milhões de euros de acesso a avisos nacionais – mais 5 milhões do que estava previsto –, a que podem concorrer todas as entidades e empresários da Região”, informa o GR.

A este propósito, o Governo Regional afirma ue tem manifestado o seu interesse em diversas áreas dos avisos nacionais que tem vindo a ser lançados, como é o caso recente dos bairros digitais, tendo inclusive promovido a articulação entre entidades regionais e nacionais, no sentido de dinamizar atores e projectos.

“Lembramos também que, quer no âmbito do processo de negociação, quer no parecer formal enviado quando da consulta pública sobre o PRR, em Fevereiro de 2021, o Governo Regional defendeu que deveria ser assegurado que os programas nacionais – abertos ao tecido empresarial regional – deveriam atender às necessidades das empresas regionais e contribuir para os objectivos económicos e estratégicos da Região, acrescentando ainda que os avisos deveriam ser unicamente direccionados às empresas regionais”, refere a nota divulgada à comunicação social.

“Numa prática já habitual, o senhor deputado omite que no âmbito da elaboração do PRR, a Região sinalizou também a efectivação de um conjunto de investimentos inescusáveis, nomeadamente no que se refere aos projectos na área da acessibilidade aérea e turismo e na área portuária, que iriam estimular o crescimento económico, fomentar a actividade empresarial e criar emprego, mas  que foram eliminados sem qualquer justificação técnica, apenas política e de opção nacional, e sem qualquer “esforço” do deputado Carlos Pereira para “procurar inverter o estado de coisas e disponibilizar-se a dar contributos”, acusa o gabinete de Rogério Gouveia.

Também no âmbito das “Agendas Mobilizadoras”, a Região apresentou dois projectos, um dos quais liderado pela Horários do Funchal, que foi reprovado pelo Governo da República, apesar da sua comprovada importância, aponta o GR.

A respeito destes projectos, o deputado Carlos Pereira afirmou publicamente que “a Região foi capaz de desenvolver algumas iniciativas robustas e de grande qualidade”, tendo-se comprometido – conforme noticiado por vários órgãos de comunicação –, que iria trabalhar em conjunto com os dois governos.

Por isso, o Governo Regional diz esperar que, em vez de folhas de jornais, o senhor deputado mostre as folhas de serviço, dado que são muitos os dossiês que o deputado Carlos Pereira diz que estão “resolvidos”, mas apenas nos jornais, porque na prática, não há ainda qualquer ajuda concreta e efectiva, como acontece em respeito ao processo do novo hospital ou à implementação do modelo social de mobilidade aérea, só para dar alguns exemplos, conclui o comunicado.