“São inúmeros os desafios da escola pública, desde logo eliminar o abandono escolar e baixar as taxas de retenção. O Bloco de Esquerda defende, entre outras medidas: a abertura de um processo de reforma curricular, envolvendo efetivamente os docentes e o ensino superior para assegurar a necessária reforma na formação de professores; a gratuitidade de equipamentos informáticos e de acesso à internet; o reforço da ação social escolar e materiais pedagógicos adaptados e diferenciados para os discentes com necessidades educativas; o reforço das respostas de educação inclusiva com a contratação de terapeutas e técnicos especializados; a gestão pública das cantinas escolares com produção local; uma rede pública de creches de modo a que as famílias disponham de serviços de qualidade e geograficamente próximos da residência ou local de trabalho, uma vez que, hoje, abrange apenas 48% necessidades, razão pela qual é mais caro do que a mensalidade da universidade, e que pode representar metade do salário médio”, referiu Rui Ferrão.
Para o Bloco, a falta de professores, sobretudo em algumas disciplinas, far-se-á sentir cada vez mais (até 2030, podem sair 60% do atual corpo docente). E a Região será, no contexto nacional, certamente, a vítima maior. Terá de encontrar soluções para a inevitável carestia destes profissionais, e encontrar incentivos que atraiam e evitem a sua saída da Região, até porque cerca de metade do seu corpo docente é continental. Será, porventura, o maior problema do sistema educativo, decorrente do envelhecimento (um custo acrescido para o sistema educativo), da precariedade e baixos salários (um custo social), da desvalorização da carreira docente (o PS e a direita impediram a recuperação do tempo de serviço e as progressões), e da falta de interesse de estudantes nos cursos via ensino.
O Bloco de Esquerda quer medidas de valorização da carreira, nomeadamente, a vinculação extraordinária de docentes precários, a eliminação das vagas de acesso aos 5º e 7º escalões e a criação de um regime de compensação a docentes deslocados. O Bloco propõe um Programa Especial de Rejuvenescimento do Corpo Docente, que permitirá a substituição voluntária de docentes com longas carreiras contributivas por jovens no início da carreira, com benefícios para um sistema educativo mais inovador.