Filipe Sousa critica Albuquerque e diz que Santa Cruz “nada deve e nada teme”

O edil santacruzense, Filipe Sousa, enviou aos órgãos de comunicação uma carta pública ao “Exmo. Sr. porta-voz da AMRAM, o Dr. Miguel Albuquerque, que acumula a função de voz do presidente Calado com a de presidente do Governo Regional”.

Comentando “esta estranha democracia que nos é servida há mais de três décadas”, Filipe Sousa refere que, no dia em que escreveu uma carta a Pedro Calado para que este defendesse, cumprindo a sua função de presidente da AMRAM, o regresso dos contratos-programa com todas as autarquias e não apenas com as do PSD, Filipe Sousa narra a ocorrência de “vários fenómenos caricatos e coincidências estranhas”. Nomeadamente, ” a resposta à missiva vem do presidente do Governo e não do Presidente Calado; a resposta ataca a subsidiodependência, nome que atribui aos apoios sociais dados a uma parte dos 50% de madeirenses que vivem em situação de pobreza à margem do suposto sucesso económico e político do PSD; a resposta, que não fala de contratos-programa, mas de uma suposta subsidiodependência, surge no dia em que somos informados pela Inspecção Regional de Finanças de que os subsídios que atribuímos às pessoas que precisam vão ser auditados pelo referido organismo”.

2Perante isto, surgem-nos várias questões:

  • Vai o Governo Regional continuar a usar organismos públicos como braço-armado da sua política de perseguição ditatorial a quem ousa criticar a sua ação?
  • Onde estava esta mesma inspecção de Finanças quando na Câmara de Santa Cruz não se ajudava as pessoas que precisavam, mas fazia-se, sem lei nem roque, uma dívida ilegal de mais de 50 milhões?
  • Onde andava esta Inspecção Regional de Finanças quando a própria Região fez uma dívida de mais de 6 mil milhões de euros?
  • O que estava a fazer esta dita Inspecção Regional de Finanças quando durante anos a Madeira recebeu milhões da Europa e mesmo assim conseguiu chegar a 2022 com 50% da população em risco de pobreza extrema?
  • Onde anda a Inspecção de Finanças perante a terra sem lei que é o Aeroporto construído em terreno de ninguém e que não paga os impostos devidos?”, questiona o presidente da Câmara de Santa Cruz.

“Sei que estas perguntas, como tantas outras, ficarão sem resposta, e que os senhores desta terra vão continuar a perseguir os míseros euros com os quais se ajuda as pessoas que precisam, em vez de auditarem os subsídios milionários a empresas do regime, os apoios sem regras a casas do povo e quejandos, a promiscuidade entre política e organismos que deviam ter a sua independência assegurada para que a democracia fosse plena nesta terra”, declara.

Considera inda que “dá pena ver um presidente do Governo Regional, cada vez mais próximo dos ideais do Chega, que acha que os problemas do país são os subsídios aos pobres (…)”.

“Só para que conste, quem critica tão abertamente os subsídios, são os mesmos que criaram na Madeira a subsidiodependência em todas as áreas, e não para os pobres, e são os mesmos que em assessorias e nomeações políticas gastam mais do que o Orçamento Municipal de Santa Cruz”.

“Haja vergonha”, apela Filipe Sousa, que diz que Santa Cruz “nada deve e nada teme”.