A Escola Secundária Jaime Moniz promoveu, esta tarde, na Assembleia Legislativa da Madeira, uma sessão de apresentação do Dicionário As Mulheres e a Unidade Europeia, Vol. II, pela sua coordenadora, Isabel Baltazar, que está de visita à Madeira. Uma cerimónia que foi presidida pelo presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, com as presenças do presidente do Governo Regional e do Secretário Regional da Educação, Ciência e Tecnologia.
O evento enquadra-se no âmbito da abertura das atividades, na Escola Secundária Jaime Moniz, deste ano do projeto “Escola Embaixadora do Parlamento Europeu”, coordenado pelas docentes Ana Kauppila, Fernanda Gama e Sónia Maciel. Refira-se ainda que, Isabel Baltazar, além de coordenadora da obra Dicionário As Mulheres e a Unidade Europeia, é também coordenadora pedagógica a nível nacional do projeto escolar europeu “Escola Embaixadora do Parlamento Europeu”.
A sessão na Assembleia Legislativa contou igualmente com a presença de alguns deputados, bem como dos representantes das diversas Escolas Embaixadoras do Parlamento Europeu, na Região, da Chefe de Edições da Assembleia da República, Teresa Paulo que se deslocou à Região para o efeito, entre outros convidados.
A presidente do conselho executivo da ESJM enalteceu a importância do evento e realçou o seu significado especial, na medida em que envolve a colaboração ativa dos alunos que se afirmam como Embaixadores do Parlamento Europeu. A escola a que preside, com uma tradição centenária, aposta “num ensino de qualidade”, de molde a abrir caminhos para a definição dos projetos de vida dos seus estudantes, mas sempre com uma linha orientadora de proporcionar uma “escola de todos e para todos”, conforme está consubstanciado no Projeto Educativo.
Ana Isabel Freitas salientou também a importância da relevância das chamadas “aprendizagens não formais” e extracurriculares na formação da cidadania participativa dos discentes, razão pela qual a ESJM aposta fortemente na dinamização de projetos nas mais variadas áreas, como acontece com o projeto “Escola Embaixadora do Parlamento Europeu”.
Relativamente à cerimónia em curso, Ana Isabel de Freitas considerou fazer todo o sentido destacar o trabalho das mulheres que deixaram o seu contributo para a construção da Europa, assente nos valores da paz, da unidade e da igualdade.
De forma otimista, a presidente da ESJM terminou com um mensagem de esperança aos alunos. “Os nossos jovens devem continuar a acreditar na construção de um futuro melhor, em que a educação seja o grande elevador social que garanta a todos a igualdade de oportunidades, de modo a que nenhuma criança ou jovem fique para trás”.
De forma entusiástica e apaixonada pelo tema, a coordenadora do Dicionário As Mulheres e a Unidade Europeia, volume II, também da autoria de Alice Cunha e Isabel Lousada, numa edição da Assembleia da República, colocou o enfoque na justiça de lembrar a construção europeia como um projeto que contou com o envolvimento ativo de muitas mulheres, algumas delas com um extenso e meritório trabalho feito nos bastidores.
Isabel Baltazar aproveitou o momento não só para congratular a iniciativa da ESJM mas também para lembrar o espírito que está subjacente à construção europeia, tantas vezes preconizado por figuras femininas. “Não querermos coligar Estados mas pessoas”, lembrou. Neste âmbito, de defesa da unidade europeia, muitas são as mulheres que lutaram por esta causa, bem visível nos trabalhos de 85 académicos que compõem a obra.
As figuras que constam deste II volume são aquelas que fizeram história, não contemplando, por razões de distanciamento histórico, as da atualidade, no fundo, mulheres europeístas, como Helena Guimarães, Maria de Lourdes Pintassilgo, Natália Correia, entre tantas outras. “Mulheres que procuraram sempre ver na construção europeia um projeto de construção da paz, conciliando o seu europeísmo com o pacifismo”.
Contra uma certa apatia que se vive hoje relativamente ao projeto europeu, visível através do abstencionismo, Isabel Baltazar lembrou as ideias de mulheres que defenderam a necessidade de a Europa “ter uma alma”, ou seja, “é preciso criar uma ponte comum, que una todos na diversidade”.