Estepilha: o preço da poncha vai aumentar

Rui Marote
A partir de Janeiro do próximo ano, a aguardente sofrerá um aumento de 2 euros por litro.
Estepilha, os apreciadores da poncha verão os seus bolsos emagrecidos, sejam eles madeirenses ou forasteiros. A UE deixa de apoiar o produto da cana sacarina. O governo que já tem taxas altíssimas vai continuar  ou agravar para não perder verbas.
Uma poncha que ronda os 2,5 euros deverá ser vendida acima dos 3 euros.
Há quem já faça contas a quatro meses de distância: comerciantes e bebedores.
A Casa de Saúde de S. João de Deus já canta hossanas, o número de internamentos poderá diminuir!!!
Um grande psiquiatra madeirense reformado preconizava há mais de 30 anos o encerramento de bares e de tascas na venda de bebidas alcoólicas para travar a grande “peste” que hoje é a bebida tradicional de madeirenses e de visitantes e cujos locais de venda quintuplicaram ao longo destes anos.
A Madeira tem cerca de 30 vezes mais locais de venda de álcool do que a OMS preconiza.
A moda da poncha e outras bebidas do género está instalada, em associação com o incentivo ao cultivo da cana de açúcar e subsequente produção de aguardente.
Desde o séc. XIX praticamente não houve vontade política de atacar o problema, sob vários pretextos como: o turismo, a agricultura, a economia etc. etc.
Quanto maior a produção, maior o consumo.
A variabilidade do preço do álcool tem consequências directas. O preço do álcool sobe, o consumo desce. O preço do álcool desce, o consumo sobe.