Santa Cruz critica nova marca da Madeira e a “vileza” de certa gente

A Câmara Municipal de Santa Cruz emitiu um comunicado, intitulado “Da natureza do trabalho social e da vil natureza de certa gente”, queixando-se de que, “como todos os anos em que há eleições, mais uma vez a página oficial do Facebook do Município de Santa Cruz foi atacada. Os que assim agiram aperfeiçoam os métodos, de ano para ano, e impedem um dos mais elementares deveres de uma instituição: a comunicação com os cidadãos aos quais serve”.

“Mas, infelizmente, entramos no tudo por tudo habitual, que só olha à agenda partidária e que despreza o interesse comum e, não raras vezes, os valores democráticos. Silenciar uma instituição está no mais baixo que se pode fazer, mas foi feito e não descansarei enquanto não se conhecerem os culpados. Até porque os que assim agiram nem se dão conta do quanto prejudicam a população, nomeadamente na informação necessária sobre serviços, obras a decorrer, condicionamentos de trânsito”, refere o edil, Filipe Sousa.

“No entanto, não será esta circunstância que me impedirá de falar e de informar os que me elegeram. E, desta feita, quero denunciar um outro método que tem sido posto em prática pelos mesmos dos ataques aos canais de informação oficiais do Município. Essa mesma gentinha dos métodos antidemocráticos, quer agora criar a ideia de que o trabalho social de uma câmara não é necessário, ignorando as centenas de pessoas que precisam de ajuda imediata, nomeadamente num cenário de pandemia. Famílias que são vítimas das políticas dessa gente que pensa que faz tudo certo, mas cujo modelo de desenvolvimento implementado em mais de 30 anos de poder absoluto criou margens e marginalizados, foi incapaz de criar uma sociedade inclusiva para todos, foi inábil na gestão das potencialidades criadas pelo tempo das vacas gordas. Essa gente que tem falhado sucessivamente na economia, no social, na saúde, na mobilidade, mas que enche o peito para dizer que em Santa Cruz faria melhor no emprego, no social,  no desenvolvimento, quando têm falhado todas essas áreas que são sua competência no Governo Regional. Falhas que obrigam as autarquias, com os seus parcos recursos, a agirem para dar a mão às margens criadas por esta gente, aos esquecidos da política de privilégios que beneficiam os amigos, aos marginalizados da suposta Madeira de sucesso, que é um logro tão grande como o ego de certos políticos que se passeiam como se não existissem famílias a passar por carências várias. O ego de certos políticos que apresentam e gastam milhões na criação de uma nova logo-marca ilegível e excessivamente colorida para os tempos sombrios que se vivem”, fulmina o presidente da CMSC.

“E depois”, prossegue, “ainda têm a distinta lata de criticar quem faz. E até de criar a ideia de que só se faz isso do social que querem agora ascender a categoria de pecado. Não, não se faz apenas isso. Estamos a lançar também obras imprescindíveis. A asfaltar ruas que não viam asfalto há anos, a requalificar centros urbanos, a lançar empreitadas de recuperação infraestrutural sem precedentes. Sabia, por exemplo, caro cidadão, que a Avenida 25 de Junho, em Santa Cruz, na sede de concelho, não tem saneamento, o mesmo acontecendo com o Largo da Achada na Camacha. Décadas de poder daqueles senhores que se dizem o supra-sumo da capacidade governativa não foram suficientes para ver isto. Mas Santa Cruz, com apenas oito anos da actual gestão autárquica, vai avançar já com essas obras. E estamos a fazer muito mais, enquanto essa gente anda a colorir o nome da Madeira, a brincar com as redes sociais e, de caminho, a criar realidades alternativas para os seus pecados ainda recentes na memória do povo, e para a sua incapacidade que querem disfarçar de qualidades que verdadeiramente não possuem”, refere a Câmara.

“Sei que dói ouvir estas verdades, sei que dói o trabalho social que sempre foram incapazes de fazer neste concelho, sei que dói as obras em curso. Paciência, as vossas dores dizem-me muito pouco. Já as dores de quem passa dificuldades calam-me fundo e tocam-me ainda mais fundo”, conclui o autarca.