Estepilha: Marina passa a cara por água; falta lavar o corpo…

Rui Marote
Tudo muda. Antigamente era regra no Exército, aos sábados, o comandante da unidade na companhia do oficial de dia fazer revista geral a pente fino ao quartel. Casernas, cozinha, paradas, refeitório, casa da guarda, cadeia, arrecadação de material de guerra, balneários e WC.
Tudo começava com o toque de corneta e com o pelotão de serviço em formatura na parada e com revista.
Não creio que ainda hoje se mantenham todas essas directrizes. Quatro parágrafos de nariz de cera e vamos ao acontecimento. Não recordo a Marina do Funchal ser lavada nos últimos vinte anos. Tomar banho, só quando Nosso Senhor manda chuva.
Hoje fomos surpreendidos as 08 horas da manhã por um auto-tanque da Tecnovia, que procedia à lavagem do acesso ao pontão, junto à margem da foz da Ribeira de São Lázaro. O navio-draga “Baixio” desde quinta-feira que não efectua dragagem e está acostado ao cais sul da Pontinha. Concluímos, pois, que os trabalhos estão concluídos, faltando a tal peritagem para saber se os metros cúbicos dragados estão nos limites do caderno de encargos… Quanto à lavagem referida, foi uma operação de limpeza para deixar o local sem detritos do vai-vem de camiões aquando da dragagem da ribeira. Um banho de face, aguardando o desassoreamento do interior da marina que é aguardado há muitos anos. Mas não basta mudar de roupa e lavar a cara, mantendo o corpo sujo.