Empresários denunciam “Porto Santo ligado ao ventilador”

A Associação da Indústria, Comércio e Turismo do Porto Santo emitiu uma nota assinada pelo seu presidente, Miguel Velosa, na qual se considera que a “Ilha Dourada” está “ligada ao ventilador” e precisa urgentemente de ajuda. “(…) se normalmente já tínhamos um Inverno muito difícil, neste momento pandémico, que já perdura quase há onze meses, é com certeza uma morte súbita”, diz-se.

A associação considera que as novas medidas do recolher obrigatório não têm grande impacto na indústria e serviços, mas o encerramento às 18 horas é “uma decisão castradora” para a resturação, que apenas pode fazer “take-away” de segunda a sexta-feira até às 22 horas, e no fim-de-semana apenas até às 17.

Reclamam-se apoios, com “uma injecção directa nas empresas”, e critica-se o governo da República por não incluir as empresas madeirenses nas suas medidas de apoio, como, por exemplo, a isenção da TSU aplicada nas PME continentais.

Miguel Velosa constata por outro lado que o Governo Regional tem criado apoios através do seu orçamento e de endividamento na banca, mas “alguns são inatingíveis”. Embora sejam excelentes com majoração até aos 60/70%, obrigam a um investimento, situação impossível para a maioria das empresas, que se encontram descapitalizadas ou em vias de insolvência.

“Estamos todos à espera da chamada “bazuca” europeia, dizem os empresários porto-santenses, esperando que seja célere e distribuída equitativamente. Caso contrário, perspectiva-se um quadro negro com milhares de desempregados.

“Infelizmente, hoje a ilha da Madeira está a sofrer o que nós já sofremos há centenas de anos”, diz o presidente da agremiação supracitada, que pede que se suspendam “guerrilhas partidárias” e se repense “uma nova estratégia para o Porto Santo”. Nas trocas sucessivas de executivos camarários, refere, “pouco ou nada muda”, por “falta de ideias e de objectivos bem delineados”.

O dirigente da AICTPS quer mais proactividade governamental para uma ilha que vive do turismo. Pede apostas na formação profissional, na promoção e venda do destino junto dos mercados emissores, na certificação de produtos locais, na captação de mais investimento exterior e criação de postos de trabalho. A população, faz notar, está a ficar envelhecida, e os jovens saem para estudar e já não regressam por falta de emprego.