Sem-abrigo desalojado à força da “Muralha” do Forte de S. Filipe

*Com Rui Marote

O sem-abrigo que mantinha já há longo tempo uma habitação clandestina instalada na reconstituição da muralha da Fortaleza de São Filipe, colocada em cima da ponte da Ribeira de Santa Luzia, nas proximidades do local de interesse arqueológico, foi finalmente desalojado, com recurso ao uso da força policial. O FN já havia noticiado várias vezes este caso que tardava em ser resolvido pelos serviços sociais. Inclusive, da Câmara Municipal do Funchal explicaram ao FN que o dito “inquilino” recusara um quarto que lhe fora oferecido pela autarquia, exigindo um apartamento.

A situação prolongou-se, com um autêntico “acampamento” montado naquele local público transformado em habitação. Mas hoje o delicado assunto teve o seu término, com métodos pouco subtis. Eram 13 horas quando dois elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) abordaram o homem, mas este barafustou que não saía.

Resultado: foi chamada a Brigada de Intervenção Rápida, sendo necessário apenas um elemento da mesma para retirar à força o indivíduo que, depois de algemado, foi transportado para custódia policial. Os cães de que se fazia acompanhar este sem-abrigo foram recolhidos para uma jaula (3, pois um quarto “evadiu-se”…) e de seguida três carros da Câmara do Funchal recolheram e desmantelaram toda a tralha ali depositada, que, afinal, constituía o mundo pessoal desta pessoa que ali vivia nestas questionáveis condições. Curiosamente, um grande número de espelhos fazia parte das pertenças deste homem de meia-idade, que nao era era madeirense  e que até tinha os documentos (Cartão de Cidadão) em dia.

O homem foi levado pela PSP por entre protestos e gemidos, mas, por seu turno, os comerciantes dos arredores aplaudiram a acção do Município por ver, finalmente, uma situação considerada degradante para a zona, resolvida.