Miguel Albuquerque visitou obras no porto do Funchal e assume que o futuro dos cruzeiros é uma incógnita

O presidente do Governo Regional visitou hoje, na companhia da dirigente da Administração dos Portos da Madeira, APRAM, Paula Cabaço, as obras actualmente em curso no porto do Funchal, as quais considerou “pouco visíveis”, mas que “é imperativo transmitir à população”. Conforme disse Miguel Albuquerque aos jornalistas, a primeira obra visitada foi um investimento bastante avultado, de 4 milhões e 300 mil euros, e que consistiu no reforço do cais sul, ou seja, todo o molhe da Pontinha. Os tetrápodes de protecção do molhe sofrem, ao longo dos anos, grande desgaste, pelo que foi realizada a sua reposição e reposicionamento.

A segunda obra, que considerou inadiável, foi realizada agora que a actividade marítima dos cruzeiros está suspensa, em plena pandemia da Covid-19: o reforço dos pontões para acostagem dos navios. Foram todos substituídos, explicou, e têm agora uma capacidade de carga superior a 150 toneladas. Um investimento de 800 mil euros.

Nesta visita foi também referido que o presente período será também aproveitado para se realizar uma obra no cais 6, ao pé do hotel CR7, uma nova pequena gare (que o FN já oportunamente anunciou). Albuquerque salientou que a obra não terá implicações de impacto visual para a cidade, destinando-se ao controle da chegada de passageiros, bagagem, e instalação dos serviços de apoio à fiscalização.

No ano passado, o Funchal, segundo números apresentados pelo governante, recebeu 585 mil turistas, com um impacto directo na economia da cidade “muito superior a 50 milhões de euros. “Por isso estamos a preparar tudo para quando ocorrer o recomeço desta actividade importantíssima para nós”.

De acordo com declarações feitas aos jornalistas, os primeiros cruzeiros no Funchal estão agendados para Novembro. Mas tudo depende da situação no sector dos cruzeiros porque “nós não vendemos o porto, o que vendemos são circuitos turísticos”. Albuquerque espera que em breve no sector de cruzeiros a situação esteja “mais estabilizada”. Porém, admitiu, o futuro é uma incógnita: “Tudo depende da evolução da pandemia”.

Pelas indicações do sector, e a recomeçar em Novembro, “todos os passageiros que embarcarem nos cruzeiros estarão testados”. Assumindo que “foi notícia em todo o mundo, no começo da pandemia, que a situação dos cruzeiros foi catastrófica”, o presidente do GR afirma que as companhias neste momento estão a fazer grandes investumentos para testar tripulações e passageiros, e cada navio terá de ter uma secção hospitalar destinada à Covid-19. Mas o grande problema, admitiu, é saber como se processa o desembarque dos passageiros nos portos, e como podem ser controlados para que não estejam infectados. “Seja como for, estamos a aguardar”, admitiu, pelo evoluir da situação e das medidas aplicadas. Serão implementados testes em cada porto de escala? Miguel Albuquerque acha que isso poderia ser uma solução. As Canárias neste momento estão com um surto… se um passageiro desembarcar lá, por exemplo, e for alvo de uma contaminação local, como poderá ser controlado ao regressar ao navio? Há um risco real, admite o presidente. E o período longo de incubação da doença pode tornar a sua detecção ainda mais complicada.