O Estepilha recebeu umas imagens em tempo de Covid-19 e nem sabe o que escrever. Antes de abrir, ainda pensou que pudesse ser num dos bairros problemáticos de Lisboa, a mensagem não vinha clara, falava em ajuntamento e a primeira ideia que veio à cabeça foi a daqueles ajuntamentos só para apedrejar a polícia em tempo de desafio ao confinamento. Mas não, ajuntamento era mesmo, mas de gente que está habituada a tratar de si, e dos outros também, que não é qualquer coisa que atinge quanto mais a Covid-19, cuja exigência de distância, de proteção e de idades de risco, são coisas para o povo.

Na realidade, o primeiro-ministro recebeu os homens do futebol, dos “grandes” dizem eles, dos grandes que decidem por eles e pelos outros, para tratar do recomeço ou não das competições nacionais do futebol principal. Foi Pinto da Costa, Filipe Vieira, mais Pedro Proença, mais Fernando Gomes e mais uma meia dúzia de pessoas sentadas à mesa, mais ou menos como se fosse uma sessão do 25 de abril, mais uma exceção à regra de quem corre o risco de se pautar por “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.

O Estepilha não é de intrigas, mas parando um pouco para pensar, se calhar foi algum delegado de saúde que passou um “livre trânsito”, coisa que parece ser prática com o argumento que as situações evoluem e o que hoje não é igual a ontem. E, às vezes, precisamente quando alguém precisa que evoluam.

No “grandes” do futebol, pelas imagens, a Covid-19 é coisa que não assiste… Assim, a I Liga pode recomeçar já amanhã. Ou daqui a quinze dias, quando acabar algumas quarentenas…