Victor Freitas, vice presidente da Assembeia Regional, lançou hoje um desabafo na sua página do Facebook, abordando um outro prisma pelo qual devemos avaliar a presença de turistas na Região, que na atual conjuntura de pandemia do coronavírus COVID-19, tem sido vista como nociva para a Madeira. A primeira reação é de saída, correspondendo ao perigo real de contágio, que o primeiro caso registado na Região, de uma holandesa, veio reforçar. Só que, como em tudo, é preciso bom senso no meio do pânico. Difícil, mas preciso.
Victor Freitas escreve: “Tenho vergonha do que se tem passado no espaço público e nas redes sociais. Tenho vergonha da forma como trataram e continuam a tratar os turistas. Já falei com alguns. Têm medo como nós. Mas hoje, sentem medo de nós!
Tenho vergonha que alguns meus conterrâneos digam “fora daqui” e outras coisas ainda piores. Eu não queria estar de férias, longe de casa, e ser tratado assim.
Disse-me um casal de turistas apanhados nesta situação e que aguardavam o repatriamento “eles olham para nós como se fossemos uma doença”. Eles, somos nós!
Tenho vergonha de que pessoas que compraram casa na Madeira e escolheram a Madeira para viver sejam tratados desta forma, só porque são “estrangeiros”. Tenho vergonha que alguns nos órgãos de Comunicação Social, nos discurso e nas redes sociais continuem a envergonhar-nos como seres humanos. Tenho vergonha que nesta situação, os turistas, deixaram de ser seres humanos. Tenho vergonha que um doente, por ser turista, seja tratado como um vírus.
O medo não desculpa tudo. Temos que voltar a ser o que sempre fomos”.