Nós, Cidadãos” aponta crescente falta de médicos de família na RAM


Uma nota do “Nós, Cidadãos!” critica a “contínua e crescente falta de médicos de família na Região”. Em várias zonas, inclusive freguesias do Funchal, “há agora utentes que no início de 2019 ainda tinham médico de família e hoje já não”, afirma o deputado municipal na CMF e membro da Comissão Política Nacional, Miguel Costa.

“Dizem as entidades competentes que a corrente época gripal está a ser “de intensidade baixa a moderada”, cujo pico, na Madeira, ocorreu no dia 29 de Dezembro de 2019, alinhado com o restante país, e que se regista já numa tendência estável, mas decrescente”. Mais: que o vírus dominante até agora foi o da gripe B, ao contrário do resto dos países europeus que têm reportado que o vírus
dominante foi o A, um vírus associado a épocas gripais menos severas, com menos complicações e mortalidade associada, ou seja, a mortalidade registada está dentro do esperado para a época”, refere o comunicado.

No entanto, aponta-se, e perante esta actividade epidémica, “mais uma vez um número considerável de utentes – por não ter médico de família atribuído e por falta de assistência coordenada nos Centros de Saúde – teve (e tem), infelizmente, de recorrer às urgências do Hospital Central do Funchal – Dr. Nélio Mendonça, aumentando e entupindo assim o serviço com as chamadas “falsas urgências”, que deveriam ter resposta nos cuidados primários prestados nos Centros de Saúde, com os seus médicos de família ou outros de recurso”.

Por outras palavras, as medidas até agora implementadas para reduzir a procura das urgências por doentes “não urgentes” não têm surtido efeito – sobretudo em épocas como aquelas que estamos ainda a passar –, e nas urgências tivemos alguns ‘sinais’ de ruptura, com serviços assoberbados de doentes (muitos não urgentes) a que se associa também a carência de profissionais, aponta Miguel Costa.

“Perante a contínua e crescente falta de médicos de família na RAM, a saída de alguns profissionais do Serviço Regional de Saúde para o privado e a aposentação de outros, o aumento da população imigrante e lusodescendente residente, e as falhas de articulação em rede de forma a responder da forma mais adequada à procura dos cuidados primários – o partido NÓS, Cidadãos! teve conhecimento que até as consultas para prescrição de medicação para doentes crónicos (apelidadas de consultas “directas”) estão também já com listas de espera – NÓS, Cidadãos! perguntamos o que é feito da promessa, realizada em maio de 2017, de dar um médico de família a cada madeirense e porto-santense?”

O partido aproveita para inquirir ao secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, qual foi, até 31 de Dezembro de 2019, o número de médicos de família ou de Medicina Geral e Familiar que a Região conseguiu captar com o regime de incentivos criado para a
fixação destes profissionais pelo anterior executivo (do qual fez parte), e que previa um pacote financeiro que podia chegar aos 51.600 euros, para cada profissional, ao fim de três anos. E interroga, por último, quanto mais tempo terão de esperar crianças, jovens,
adultos e idosos, em suma, cidadãos, por um médico de família que é hoje a figura chave na identificação de riscos de desenvolvimento de doenças, promoção de métodos de prevenção, acompanhamento e tratamento de diversas patologias
crónicas.