Dinarte Lima acusa Emanuel Câmara de apenas “querer protagonismo”

O vereador eleito pelo PSD à Câmara Municipal do Porto Moniz, Dinarte Lima, manifestou hoje estranheza pelo teor do projecto aprovado na reunião de Câmara do passado dia 15 de Janeiro, denominado “Integra +”, visto que os seus objectivos “já se encontram assegurados por outras instituições do concelho”. A iniciativa, neste enquadramento, é apenas “mais uma acção decorrente da sede de protagonismo político partidário do senhor presidente da Câmara e Presidente do PS/M”.

Dinarte Lima refere que a promoção das competências da língua portuguesa, falada e escrita, aos regressados do estrangeiro que não dominam o português, “já é assegurada pela Casa do Povo do Porto Moniz, nas freguesias da Ribeira da Janela, Porto Moniz e Seixal, desde Setembro de 2019, envolvendo 26 cidadãos lusodescendentes”. Precisamente por isso, sublinha, “é que esta medida mereceu a nossa abstenção, dado que a autarquia está a promover uma oferta concorrente, quando o que deveria fazer era apoiar a Casa do Povo no prosseguimento deste projecto”.

“O facto do senhor presidente da Câmara alegar desconhecer que a Casa do Povo do Porto Moniz já promovia aulas de português aos vindos do estrangeiro, só pode ser visto segundo dois prismas: ou não conhece a realidade do município a que preside, o que é deveras preocupante dada a dimensão do concelho ou, então, falta à verdade e apenas procura centrar a sua atenção numa faixa da população regressada da Venezuela, profundamente desagrada com o socialismo, tal como o demonstrou nas últimas eleições regionais”, declara o vereador.

Quanto às salas de estudo destinadas à população escolar, Dinarte Lima manifesta-se ainda mais incrédulo, dado que a Secretaria Regional de Educação, através da Escola Básica e Secundária Com Pré-Escolar e Creche do Porto Moniz, oferece aos alunos do município um leque variado de reforços educativos – desde salas de estudo, apoios pedagógicos acrescidos às disciplinas em que os alunos denotam mais dificuldades, assim como um apoio específico à língua portuguesa, destinado aos discentes que não têm o português como língua materna. Assim, questiona “se o senhor Presidente da Câmara também desconhece estes factos”.

“A circunstância deste projecto ter sido feito em cima do joelho tem poucas possibilidades de sucesso pois, para além de constituir uma iniciativa que se sobrepõe à oferta já disponibilizada pelo estabelecimento de ensino local, assegurada por diferentes professores de diversas áreas disciplinares – situação que o município não tem capacidade para oferecer, com apenas um docente – será, igualmente, inconciliável com os horários das diversas turmas e anos de escolaridade estabelecidos na escola”, declara, ainda, Dinarte Lima.