PSD e CDS ratificaram já o acordo, mas não são conhecidos ainda nomes da governação

Fotos: Rui Marote

O presidente do CDS-Madeira, Rui Barreto, declarou que o acordo assinado entre o partido que representa e o PSD, mais do que um “momento histórico”, representa “uma nova forma de governar a Região Autónoma da Madeira”. Palavras proferidas na ratificação do acordo entre ambas as forças partidárias, que hoje decorreu, ao meio-dia, no Museu de Imprensa.

Para Barreto, o governo que sai deste acordo tem de ser maior que a soma aritmética dos dois partidos, simbolizando “um poder mais partilhado, um governo mais representativo dos interesses do povo, e um sinal de amadurecimento da democracia e da autonomia”.

Mostrando-se convicto deste facto, considerou que este acordo materializa a vontade expressa pelos cidadãos de terem um governo estável nos próximos quatro anos. A ideia é “fazer bandeira da afirmação e aprofundamento da autonomia”.

Assumindo que não há acordos perfeitos, o documento hoje assinado é, mesmo assim, fruto dum trabalho onde foram encontrados pontos de convergência “suficientes para criar regras de relacionamento claras” e para apresentar um “programa exequível, mobilizador e transformador”.

A principal preocupação, garantiu, “não foi discutir lugares” mas “orientações programáticas” e “pontes”.

Diminuir as assimetrias sociais e distribuir melhor a riqueza é sua intenção, asseverou. É um “documento para refundar o sistema regional de saúde” e que “garanta que as contas públicas não representarão um fardo para as futuras gerações”.

As questões ambientais, por outro lado, “assumem particular relevo”.

A ideia é criar “um instrumento para defender a autonomia”, contra “o centralismo asfixiante da política de Lisboa”.

O PSD, afirmou, “encontrará no CDS um parceiro leal”, gente que “sabe ouvir e trabalhar”, perante “o gigantesco desafio que tem pela frente”.

Por seu turno, Miguel Albuquerque, líder do PSD, num discurso que não foi previamente divulgado à comunicação social, disse que os madeirenses e os porto-santenses podem estar tranquilos com a qualidade do acordo que foi alcançado. Abraçando Rui Barreto, procurou dar uma imagem de entendimento e cooperação, que, de resto, realçou na sua alocução.

Miguel Albuquerque recusou que houvesse qualquer “tabu” ou algo a “emperrar” a divulgação dos nomes proeminentes da governação e da Assembleia Legislativa Regional. As coisas, anunciou, deverão ser feitas no seu “devido tempo”. E sempre foi dizendo que “lá para o fim-de-semana” ele próprio e Rui Barreto poderão estar finalmente em condições de adiantar algo sobre a constituição deste próximo governo regional da Madeira.

Nele, afirmou, os interesses da Madeira ultrapassarão, e em muito, os interesses partidários, garantiu. A boa vontade é tanta que até se mostrou disponível para buscar convergências com o governo da República, através dos deputados madeirenses no parlamento nacional e não só.