Alunos do Conservatório brilharam em concerto constituído por música de filmes

Pode classificar-se a todos os níveis um sucesso o espectáculo “Hollywood em Concerto” proporcionado na noite de sexta-feira no cais 8, a pouca distância da Praça do Povo, pela Orquestra Académica do Conservatório/Escola das Artes da Madeira. De facto, sob a direcção do compositor e maestro madeirense Francisco Loreto, e beneficiando de algum apoio, os jovens alunos do CEPAM mostraram o que valem e proporcionaram mesmo momentos particularmente excitantes na interpretação de diversas bandas sonoras de múltiplos filmes.

O poder sugestivo da música na Sétima Arte foi bem demonstrado por estes jovens intérpretes perante uma vasta assistência, que decididamente não se circunscreveu aos seus círculos familiares. A baixa do Funchal registou uma enchente de pessoas interessadas em assistir ao concerto, incluindo múltiplos turistas. Felizardos os que o puderam fazer sentados numa cadeira, já que os lugares não reservados estavam esgotados meia hora antes do espectáculo. Porém, a natureza descontraída e emocionante das músicas em questão facilitou a desenvoltura e o á-vontade. Houve quem assistisse de pé, e quem, mesmo estando bem vestido, se sentasse no chão juntamente com as crianças.

O concerto foi gratuito e beneficiou da projecção de excertos dos filmes, com aparentemente edição do próprio maestro Francisco Loreto (e bem feita, já agora) num grande écran de qualidade, que ajudava a prender a atenção da assistência e a relacionar a música com a acção de títulos tão conhecidos do cinema como “Super-Homem”, os filmes de Indiana Jones, “Tubarão”, “Forrest Gump”, “Guerra das Estrelas”, “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis” ou “Missão Impossível”, só para citar alguns, para além dos conhecidos temas dos estúdios “Universal” ou “XX Century Fox”.

A amplificação sonora, nesta parceria entre o Conservatório e a LuxStar, estava excelente e equilibrado, sem excessos de volume ou estridência. Algumas bandas sonoras foram muitíssimo bem interpretadas, outras revelaram-se tarefas mais difíceis para os jovens músicos. No entanto, o entusiasmo do maestro era contagiante, a forma como puxava pelos seus pupilos assinalável, e o envolvimento destes no espectáculo foi visivelmente de entrega e de satisfação. Este não foi um espectáculo só para os pais ou parentes dos alunos. Definitivamente, uma excelente iniciativa, a fechar a estação estival no centro do Funchal, para ser apreciada por todos e mostrar a grande carga emotiva de que a música orquestral se reveste, algo que já a caracteriza de per si, mas que é elevada ao expoente máximo ao ser associada à magia cinematográfica.

No final, um apontamento engraçado e criativo, com os créditos do concerto e os nomes dos respectivos intérpretes, direcção e produção a surgirem numa moldura de espaço profundo, movendo-se para o infinito como as frases que nos introduzem aos episódios de “Star Wars”. Isto enquanto a orquestra interpretava aquele tema. Muito bem, de facto.