PNR abordou junto à Gesba dificuldades de escoamento da banana da Madeira

A banana da madeira tem passado por períodos de crise de escoamento no mercado continental devido às politicas do mercado livre e de opção de comercialização pelas grandes superfícies continentais, denunciou hoje o PNR.
Segundo os Nacionais Renovadores, durante os meses de Julho a Novembro a Gesba tem dificuldade em escoar o seu principal produto no mercado continental devido a dois grandes factores, nomeadamente a entrada de banana do estrangeiro em grande quantidade a preços sempre bastante inferiores à banana da Madeira, e a prioridade de compra da banana estrangeira pelas grandes superfícies comerciais continentais.
Estes dois grandes factores permitem que os portugueses consumam mais produto estrangeiro do que o português, devido a uma maior oferta e exposição no mercado continental.
O PNR salienta que não é contra o produto estrangeiro, mas defende em primeiro lugar os produtos da Região. “Só assim é que conseguimos defender com sustentabilidade uma pequena parcela da nossa economia”, advoga. E acrescenta: os portugueses preferem a nossa produção, mas quando olham o preço, dão prioridade à carteira.
“Portugal consome anualmente cerca de 80 mil toneladas de banana e a madeira produz cerca de 18 mil toneladas. Isto significa que Portugal necessita de importar banana, mas teria obrigatoriamente que garantir o escoamento da sua própria produção”, refere o PNR, que entende que “não tem lógica nenhuma deixar de vender a nossa produção para ajudar os outros. Também não podemos utilizar a desculpa do mercado livre porque as grandes superfícies também poderiam dar preferência de compra/venda da nossa produção”.
Outra discrepância que se verifica é no preço de comercialização. O produtor recebe cerca de 25 cêntimos por quilo e a venda em mercado continental varia entre 1€ a 3€ consoante a altura do ano, aponta o PNR. Trata-se de uma margem de lucro de 4 a 10 vezes mais o preço da produção.
“Não vamos atribuir culpas a ninguém, mas algo está a falhar na comercialização porque atendendo ao preço de venda, o produtor deveria receber no mínimo cerca de 50 cêntimos por quilo, o que traduz o dobro do preço pago actualmente”, conclui o partido.