UMAR aponta caso da mulher “barbaramente assassinada” no Jardim do Mar e denuncia “falta de prevenção na Região”

Jardim do MarO secretariado da Madeira da União das Mulheres Alternativa e Resposta emitiu um comunicado onde refere ter acompanhado “com muita atenção o caso da Mulher barbaramente assassinada na Madeira”, referindo que “o que aconteceu é muito grave e hediondo e demonstra o que sempre temos afirmado: que o maior problema é a falta de um verdadeiro trabalho de prevenção que não é feito, nem assumido, nesta Região”.

No comunicado, a organização sublinha que “é muito fácil toda a gente se revoltar depois das desgraças acontecerem. De se escreverem comentários a dizer uma série de barbaridades, sem sentido, manifestando muito preconceito em relação a situações como estas. Até aos que dizem “se o homem fosse natural do Jardim do Mar isso não acontecia”. O que causou a desgraça foram “as drogas modernas”, os ciúmes, pois ele até escreveu na barriga dela “eu amo-te” etc, etc…

A violência doméstica pode acontecer em qualquer localidade, em qualquer classe social, em situações onde quem agride nem está alcoolizado, nem drogado. É um problema muito mais sério e grave. É o agressor pensar que tem o poder sobre a Mulher, inclusive o de por fim à sua vida, quando quiser”

A UMAR lembra que “ouvimos algumas pessoas do Jardim do Mar, incluindo o Pároco local, dizer que sabiam que já existiam problemas com o casal há muito tempo. Mas alguém se lembrou de apresentar queixa? De alertar a PSP para o que poderia vir a acontecer? Alguém, ou alguma entidade no Jardim do Mar já alertou a população que tem esse poder nas mãos? Que o crime de violência doméstica é público e que qualquer pessoa pode denunciar sem ter quaisquer consequências pessoais?

Se calhar, isso não aconteceu pois consideram que há zonas protegidas e que estes crimes nunca vão acontecer. E isso não é verdade. A verdade é que este foi um crime hediondo, dos mais horríveis acontecidos na Madeira. E até pensávamos que já tínhamos visto o pior mas parece que, aqui, o pior está sempre por acontecer”.

O documento considera que “há muita falta de trabalho de prevenção primária da Violência doméstica, que tem que começar nas escolas, com o envolvimento de toda a comunidade escolar desde a mais tenra idade. Temos que educar pessoas conhecedoras dos Direitos Humanos, onde o respeito entre os seres é um bem inalienável.

A UMAR está a fazer a sua pequena parte, que se nos permitissem ter condições, podia ser muito maior. Mas é preciso que esta questão fundamental seja assumida pelos poderes regionais como fundamental para criar seres livres sem violência. Que o agressor tenha o máximo da pena de prisão e que a família da vítima tenha todo o apoio a que tem direito nestas situações”,