Sistema de telegestão permite monitorizar as fugas de água no Funchal

CMF reunião 18 de julhoA Câmara Municipal do Funchal adjudicou hoje, em reunião de Câmara, “um investimento histórico para o concelho, tendo em vista o controlo e monitorização de fugas nas redes de águas, através de um inovador sistema de telegestão”, como anunciou o presidente da Autarquia Miguel Gouveia.

Segundo uma nota do gabinete de comunicação da presidência da Autarquia, “a implementação da 1ª fase será feita numa zona piloto que abrange as freguesias de São Martinho, Santo António e São Roque, numa área que representa cerca de 40% do total da rede, chegando a aproximadamente 43 mil pessoas. O concurso público internacional já foi concluído, e a proposta mais baixa fixou-se nos 2,3 milhões de euros + IVA. A obra, cofinanciada pelo POSEUR, terá um prazo de execução previsto de 18 meses”.

O Presidente Miguel Silva Gouveia considera que “esta é uma aposta estrutural e de futuro para a rede de águas do Funchal, assente na premissa de um investimento inteligente, que levará o concelho a consumar o fundamental salto tecnológico na área das Águas. É desta forma, com investimentos de fundo consequentes, planeamento e opções sustentáveis que vamos preparar a cidade para as próximas décadas, e cumpriremos o objetivo de reduzir as perdas de água substanciais que sempre se verificaram no Funchal.”

“Com a introdução de um sistema de telegestão, que terá um centro de controlo de perdas e ocorrências na nova sede das Águas do Funchal, passaremos a detetar, em tempo real, derrames de água não visíveis na cidade, transformando a forma como os serviços municipais respondem a este tipo de situações. Este é o primeiro passo de uma estratégia que posteriormente queremos alargar a todo o concelho. Modernizar as Águas do Funchal, com um plano de investimentos certo e criterioso, é garantir aos funchalenses uma rede de abastecimento de água melhor em termos económicos, ambientais e de eficiência do serviço nos próximos anos.”

A implementação do novo sistema passará, numa primeira fase, pela caracterização integral da rede, permitindo elaborar um modelo hidráulico de base, que oriente a criação de Zonas de Monitorização e Controlo (ZMC) e a instalação de equipamento para gestão ativa de pressões, dois aspetos centrais no novo sistema. O modelo hidráulico de base representará a situação atual; será depois feita uma análise de pressões, e identificadas as zonas com excesso (ou falta) de pressão (noturna e diurna); e serão, por fim, criadas cerca de 30 ZMC’s, com distâncias médias de 6km.

Após a criação das ZMC’s, será de fácil deteção qualquer alteração nos padrões de consumo, que poderão indiciar situações anómalas como roubos de água ou roturas na canalização. Este último aspeto é muito importante, porque permitirá elaborar uma estratégia de Controlo Ativo de Perdas mais eficiente, escolhendo criteriosamente os locais prioritários para fazê-lo.

No que diz respeito às pressões, estas serão não só diminuídas em termos médios, como uniformizadas em toda a rede. A extensão de rede sujeita a grandes pressões diminuirá consideravelmente dos 60% atuais, para os 10% no fim da implementação do novo sistema, o que resultará numa obrigatória diminuição das perdas e da probabilidade de roturas.