Condutor do autocarro acidentado estaria a trabalhar há 13 horas, sindicato denuncia “carga horária para além daquilo que é permitido legalmente”

O condutor do autocarro estaria a trabalhar há 13 horas

O condutor do autocarro de turismo que se precipitou numa ribanceira, no Caniço, resultando do acidente 29 mortos e 27 feridos, estaria a trabalhar há 13 horas consecutivas, denuncia o coordenador do Sindicato Nacional dos Motoristas, Manuel Oliveira, em declarações à SIC. O motorista terá entrado às 5, 5.30 horas e o acidente ocorreu pelas 18.30 horas.

“Se esta informação for validada, obviamente que este trabalhador teria uma carga horária para além daquilo que é permitido legalmente, que é de 8 horas”, esclarece Manuel Oliveira, que denuncia, ainda, que “os trabalhadores se sentem intimidados para denunciarem estas situações. A lei existe, mas faltam meios humanos e físicos para que a fiscalização atue a tempo”.

De acordo com a SIC “o Sindicato tem documentos e já terá feito a denúncia junto do Ministério Público, entidade responsável pela investigação e peritagem da viatura acidentada, no sentido de apurar a razões que levaram à queda logo após a saída da Quinta Splendida.

O autocarro pertence à Sociedade de Automóveis da Madeira e estava fretado à Travel One.

Estas declarações do responsável sindical surgem num contexto em que se especula muito relativamente ao que terá provocado o despiste do autocarro, sobretudo porque segundo vários testemunhos, o mesmo era conduzido por um motorista muito experiente e responsável, pelo que se aponta como muito provável a existência de uma falha técnica na origem do sucedido.

O motorista é um dos feridos internados no Hospital Dr. Nélio Mendonça, juntamente com a guia, Carlota Mendes Gomes e uma turista alemã, que se encontra nos cuidados intensivos e que, por isso, não viajou com os 13 feridos de regresso à Alemanha.