Rio “duro” com Montenegro pede “maturidade e responsabilidade” ao Conselho Nacional

Rui Rio falou hoje ao Conselho Nacional, começando por fazer uma saudação especial a Mota Amaral e a Miguel Albuquerque, o presidente do Governo Regional. Foi num contexto de encontro em que será votada a moção de confiança depois do desafio de Montenegro à liderança. O líder “bateu forte” em Montenegro e pediu responsabilidade maturidade ao orgão que vai decidir o futuro do partido.

Rio classifica de hipocrisia a atitude de Montenegro e falou no convite que o candidato lhe fez para “desertar”. Lembrou que se fosse para falar das sondagens – sabemos como são feitas, ao gosto do freguês – o PSD de Passos Coelho teria tido uma derrota estrondosa em 2015, aconteceu o contrário. Em 1991, quando o PSD teve uma grande maioria, com Cavaco, o Expresso noticiava que o PS de Jorge Sampaio ia ganhar as eleições. Em 1986, quando Mário Soares foi eleito Presidente da República, as sondagens davam-lhe uns módicos 8%, o que à luz do que estamos a debater arrumaria com qualquer argumentação para qualquer candidatura. Eu próprio, se fosse para me guiar pelas sondagens, só teria ganho umas eleições, nem nas última diretas.

É neste contexto que o líder do PSD diz que há gente no PSD que é muito melhor em sondagens do que em eleições, criticando fortemente quem, há um ano, “não teve a coragem, na altura própria, não teve o arrojo de se assumir, poupando ao PSD este espetáculo pouco dignificante que estamos a dar ao País”.

Rio explica as razões pelas quais recusa novas eleições, sublinhando a disponibilidade de servir o partido. “Nunca coube qualquer ambição pessoal ou vaidade. Sabem bem os que me conhecem. O mais cómodo seria sair, mas tal atitude revelaria uma irresponsabilidade. Tomar a decisão de enredar o partido numa longa campanha interna, seria colaborar numa irresponsabilidades com consequências imprevisíveis”.

O líder social democrata manteve uma tónica dura para com Luís Montenegro, sem nunca falar no nome do homem que o desafiou na liderança, defendendo que “o partido precisa de mais maturidade e coerência nas críticas. A proposta que nos é feita é para fazer um frete ao Partido Socialista, abrindo-lhe as portas a uma vitória eleitoral fácil. E um aliciante convite ao nosso eleitorado para se encaminhar para a abstenção. Esta sessão do Conselho Nacional é, ela própria, o espetáculo de prime time para António Costa, que se António Costa for educado, terá de agradecer a alguns companheiros nossos o serviço de excelência que lhe estão a prestar”.

Rio lembra que o clima de guerrilha interna começou mesmo um dia antes da Comissão Política do PSD entrar em funções. “A permanente guerrilha é o expoente máximo do desrespeito pelos militantes do partido e mesmo pelos portugueses”. E pretende olhar para o futuro para tentar ganhar “aquilo que está ao nosso alcance”, a vitória sobre o Partido Socialista.