Exposição inaugurada no RG3 e homenagem aos combatentes movimentou a manhã de hoje

Uma exposição hoje inaugurada no Regimento de Guarnição nº 3 (RG3) apresenta vários exemplares de imagens de Nossa Senhora que acompanharam várias forças portuguesas no Ultramar e em missões no estrangeiro, naquele que, nas palavras do comandante do RG3, coronel Paulo Vaz, procura consubstanciar um reconhecimento a todos os ex-combatentes ao mesmo tempo que enaltece aqueles que participaram em missões de manutenção da paz, em locais como o Kosovo, a Bósnia e, agora, no Iraque.

Recorde-se que amanhã parte do aeroporto do Funchal a Força Nacional destacada quase inteiramente constituída por militares da Madeira, rumo ao campo Besmayah, uma unidade sob comando espanhol, a cerca de 35 km de Bagdad. Os militares actuarão, como já foi dito, como instrutores das forças militares e de segurança iraquianas, e fazem-se também acompanhar, tradicionalmente, de uma imagem de Nossa Senhora do Monte, benzida por D. António Carrilho, bispo do Funchal.

“Este é um reconhecimento público do trabalho que [os militares] fizeram e continuam a fazer pela Pátria”, disse o coronel Vaz.

A organização da exposição, explicou, pertence ao Pe. Simões, ao coronel Ramiro Morna e de um conjunto de militares, que solicitaram o apoio do RG3. O Regimento acolheu de bom grado o evento, proporcionando-lhe o Salão Nobre. Na inauguração da mostra, na qual estiveram também visíveis múltiplos estandartes, com os antigos militares a procurarem aquele que mais lhes dizia respeito ou trazia recordações, contou com a presença do secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas, Amílcar Gonçalves, e da vereadora da CMF, Idalina Perestrelo, entre outras entidades.

 

A mostra estará aberta ao público durante a próxima semana, na segunda, terça e quinta-feiras, das 15 às 17 horas.

O comandante do RG3 abordou a partida, amanhã, do contingente de 30 militares para o Iraque, praticamente todos eles madeirenses, oriundos da Zona Militar da Madeira, para o considerar “um momento muito importante”, dada que “é a primeira vez que conseguimos enviar uma força inteiramente constituída e aprontada na Madeira. Isso é um marco”.

Seguindo-se à inauguração da exposição, foi deposta uma coroa de flores no monumento ao combatente, recordando, com esse acto, “aqueles que deram a vida ao serviço da Pátria”. Foram executados vários toques de clarim, de sentido à unidade, de silêncio e de homenagem aos mortos, entre outros.

Entre alguns ex-combatentes que se encontravam na inauguração da exposição, foi possível recolher depoimentos que apontavam para insatisfação como a “juventude de hoje” vê os militares que lutaram no Ultramar: “Vêem-nos como assassinos”, queixou-se um, quando insistia que os militares foram para lá ajudar toda a gente, “inclusive os negros” e defender os valores do país, com eventual sacrifício da própria vida. Outros ainda teceram queixas à direcção da Liga dos Combatentes da Madeira, reclamando terem sido “expulsos” por “organizarem exposições” sem a autorização da Liga.