Jason Moran & The Bandwagon encerraram festival jazzístico no Parque de Santa Catarina em noite de propostas arrojadas

Fotos: Rui Marote

Foi com um aplauso de pé que a plateia saudou a actuação final do Funchal Jazz 2018, uma edição que foi, a bem da verdade, muito interessante dado o leque de artistas proposto. Jason Moran & The Bandwagon apresentaram uma interpretação jazzística particularmente refrescante, dada a contemporaneidade – este é jazz dos nossos dias, disso não restam dúvidas, e regista influências de géneros que hoje são populares, incluindo música de dança como o hip-hop, mas está recheado de referências culturais a momentos fundamentais da história do jazz.

Até o ragtime esteve bem representado. O domínio do instrumento por Jason Moran é impressionante: das teclas do piano Steinway colocado no palco do Parque de Santa Catarina ecoaram não só melodias cativantes, mas também ritmos vibrantes. A dada altura, parecia que todo o piano era um instrumento de percussão, primeiro num longo monólogo, depois num diálogo com o baixista (um verdadeiro talento e uma variação interessante deste instrumento na mesma noite, desde Dave Holland no contrabaixo no concerto anterior, a Tarus Mateen no baixo eléctrico a tocar com Moran).

Nasheet Waits, na bateria, era o terceiro elemento do grupo, e um percussionista que acompanhou de modo consistente e competentíssimo os restantes elementos, dos quais não resta dúvida, todavia, que Jason Moran era o maestro. Um músico extraordinário e inovador.