Raimundo Quintal quebra silêncio e alerta: “A irresponsabilidade pode matar em plena Festa!”

A árvore que ameaça, no Largo da Igrejinha. Fotos in Blogue de Raimundo Quintal.

O geógrafo madeirense quebra um silêncio, voluntariamente assumido, para fazer o alerta que se impõe. Após o corte obsessivo de árvores pela cidade, na sequência da tragédia do Monte, curiosamente nem tudo ficou sanado. Há áreas de risco que poderão ensombrar as festas de Natal no Funchal. Com o cartaz turístico das iluminações para a Festa, eis que as árvores, mesmo as doentes que escaparam ao corte compulsivo, impõem o protesto do investigador madeirense, em defesa da segurança pública.

O FN reproduz o alerta de Raimundo Quintal, feito através do seu blogue.

“Desde 15 de Agosto, dia em que morreram 13 pessoas devido à queda dum carvalho no Parque Municipal do Monte, remeti-me ao silêncio por respeito aos mortos e porque desde o momento da tragédia me apercebi que a verdade científica era o que menos interessava na peleja política.
Em silêncio, mas não distraído, assisti ao sacrifício de imensas árvores no Funchal e por toda a ilha. Com o fim da campanha eleitoral, o frenético movimento arboricida esmoreceu, mas as marcas da mutilação continuam. Continuam, também, árvores gravemente doentes e em risco de tombar, que escaparam ao olho clínico dos eleitores e dos decisores.
Hoje, entendi quebrar o silêncio, porque, ao dar uma volta pelo Funchal, constatei, com enorme preocupação, a irresponsabilidade com que têm sido usadas árvores como suporte das estruturas montadas para a iluminação nas festas de Natal e passagem de ano.
O caso mais gritante é o da tipuana (Tipuana tipu) localizada no Largo da Igrejinha, quase à frente da porta da Direcção Regional de Saúde Pública. Na parte superior do tronco da árvore bastante inclinada para a estrada foram amarrados dois cabos de aço com o objectivo de segurarem a estrutura metálica instalada na Rua Câmara Pestana.
A árvore corre sério risco de tombar devido à irresponsabilidade de quem projectou, de quem orientou a amarração e de quem devia fiscalizar e não fiscalizou a tresloucada intervenção.
A irresponsabilidade pode matar em plena Festa!”