Ventos de Guerra Ameaçam Destruir a Humanidade

1º – Nos últimos meses, os perigos de guerra que ameaçam a Humanidade evidenciam-se cada vez com mais intensidade devido às constantes e persistentes ameaças militares de Trump contra a Coreia do Norte, a Venezuela e outros países do mundo, e também como consequência das manobras militares da NATO, encabeçada pelos E. U. A., desencadeadas nas fronteiras da Rússia e da China.
Na União Europeia aumenta o número de países em que a direita populista e xenófoba cresce de forma assustadora, ao ponto de 65% do eleitorado da Hungria ter escolhido os partidos desse modelo radical, mais de 40% dos eleitores da Polónia, da República Checa e da Eslováquia também o praticaram, enquanto na própria França, mais de 33% dos franceses votaram na extremista da direita nacionalista Marine Le Pen.
De resto, depois das recentes eleições da Áustria, o novo governo de Viena nomeou um vice-chanceler ex-simpatizante do nazismo; e na Alemanha, pela primeira vez depois da queda de Hitler, a extrema direita está representada com 92 deputados no Bundestap.
Acresce que apesar da União Europeia estar em crise, as próprias relações entre os Estados Unidos da América e as grandes potências da Europa são as piores de sempre, e somente abrandam quando ambas se envolvem em encobertas intervenções belicistas na Síria, ou em provocações contra a Rússia e outros estados.
E mesmo nos sectores e nas classes dominantes dos E. U. A. verificam-se múltiplas contradições e enfrentamentos, que apenas acalmam e atenuam durante os frequentes períodos em que desencadeiam as escaladas bélicas do imperialismo norte-americano.
De modo que, nos Estados Unidos da América, a guerra imperialista é uma constante que se verifica há mais de setenta anos, e podemos dizer que todas as gerações americanas têm tido uma relação pessoal com os ataques e intervenções militares do seu País contra outros estados do mundo, desde o Vietnam á Coreia, Cuba, Colômbia, Afeganistão e tantas outras zonas estratégicas da África e do extremo Oriente.
O corolário de tudo isto é o cada vez mais notório crescimento do autoritarismo, até mesmo no seio das velhas democracias burguesas do Ocidente, como vimos, alimentado nos últimos anos pelo alastramento na Síria, na Ucrânia, no chamado estado islâmico, e noutras zonas do globo, dum terrorismo muitas vezes misterioso e oculto, cujos autores e agressores têm sempre uma ligação direta ou camuflada às guerras sujas, e aos serviços secretos do imperialismo norte-americano.
Não admira, pois, que há mais de cinquenta anos e pouco antes de ter sido barbaramente assassinado, Martin Luther King tivesse descrito os E. U. A. como “o maior agente da violência do Mundo”, estatuto que não parou de crescer, sobretudo depois da quebra e desaparecimento do contrapeso que representavam a União Soviética e os outros países socialistas.
De modo que a guerra tem sido sempre intrínseca do imperialismo e do sistema capitalista, que através da NATO e das grandes potências ocidentais, com os E. U. A. à cabeça, têm sido os grandes responsáveis pela intensificação da corrida armamentista e do permanente desencadear de conflitos e agressões militares.
E de facto, só os Estados Unidos da América nos últimos 16 anos e desde a invasão do Afeganistão, despendeu a monstruosidade de 1,7 biliões de dólares para financiar as suas intervenções armadas, cifra astronómica a que agora se junta o orçamento anunciado pelo Pentágono de 700 mil milhões de dólares já aprovado pelo Senado, e que até suplantou a própria proposta de Trump, destinados a incrementar as despesas militares estado-unidenses; ocorrência que se deve, principalmente, à grande ameaça contra as pretensões hegemónicas do capitalismo americano, que representa a imparável ascensão da China na economia mundial.

2º – Tudo isto, e também o aumento brutal da exploração, da opressão, e do empobrecimento dos povos, aliado à imposição pela violência belicista da hegemonia planetária do regime capitalista e imperialista, são um claro reflexo do aprofundamento da estagnação e da crise estrutural do capitalismo, que até determina que dentro das classes dominantes do sistema cresçam os partidários da guerra global.
Contudo, a guerra destrutiva da Humanidade não é forçosa nem inevitável; e com a luta dos povos, dos trabalhadores, e das classes progressistas, é possível afastar a catástrofe para onde o grande capital económico e financeiro nos conduz.
Para tanto, está nas mãos do povo, das classes progressistas, e dos sectores que resistem aos ditames do imperialismo, erguerem-se para derrotar os senhores da guerra, da opressão e da miséria na América, na Europa, na África e no Extremo Oriente.
A vitória da Paz e do Desarmamento global é morosa e difícil, mas com a luta unida e solidária dos trabalhadores, dos progressistas, e do povos, é certa e possível.