O Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR-IP-RAM), na qualidade de Organismo Intermédio do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), acaba de viabilizar a obra de fusão e reformulação de duas das unidades da Central Dessalinizadora do Porto Santo numa única unidade de produção, bem mais moderna.

Segundo o Governo Regional, esta operação desenvolve-se no âmbito dos investimentos no setor da água promovidos pelo Executivo e terá um custo total de 680 mil euros, com uma comparticipação comunitária de 578 mil euros.

A fusão e reformulação destina-se a satisfazer os requisitos do acervo ambiental da União Europeia e a atender às necessidades de investimento identificadas pelos Estados-Membros que vão além desses mesmos requisitos.

De referir que, até à data, foram já aprovados, no âmbito do IDR, 31 projetos no PO SEUR, num valor global de 166,5 milhões de euros, com uma comparticipação comunitária de 123 milhões de euros, equivalente a 42% do valor global do Programa (295,5 milhões de euros).

No âmbito do POSEUR, na passada quinta-feira, foi aprovada, uma candidatura apresentada pela “Águas e Resíduos da Madeira” (ARM), que consiste na fusão e reformulação das atuais unidades de dessalinização n.º 2 e 3 de Osmose Inversa (OI) da Central Dessalinizadora do Porto Santo, numa única unidade de produção moderna (que será a nova unidade n.º 2), com vista à melhoria da qualidade da água produzida.

O projeto vai no sentido de dar cumprimento a exigências e disposições legais, nomeadamente em relação ao parâmetro “Boro”, cujo valor paramétrico (valor máximo admissível de 1 mg/l B) não se encontra assegurado na água dessalinizada que é produzida pelas atuais unidades de OI n.º 2 e 3, aliando à intervenção uma maior eficiência energética.

O aumento de eficiência energética no processo de dessalinização será obtido através da substituição das atuais turbinas por um sistema mais eficiente de recuperação de energia, designadamente os permutadores de pressão, estimando-se uma poupança energética anual da ordem dos 77 mw/ano, correspondentes a cerca de 25% do atual consumo de energia elétrica das duas unidades a serem reformuladas.

A operação proporcionará também a alternância de produção de água dessalinizada pela atual unidade OI n.º 1 e pela nova unidade OI n.º 2, com níveis de qualidade de água e de consumos energéticos similares, implicando, desta forma, a redução e/ou a eliminação da necessidade de recorrer ao processo de hibernação das membranas e, por conseguinte, a diminuição dos tempos de imobilização das membranas e do consumo de produtos químicos afetos à hibernação, com efeitos diretos na redução dos níveis de degradação das unidades de dessalinização.

O projeto inclui ainda a execução de alguns trabalhos de construção civil, que se afiguram necessários para a adaptação dos espaços interiores existentes à montagem dos equipamentos da nova unidade de dessalinização n.º 2, bem como para dotar a instalação de maiores condições de segurança e de resistência à corrosão.