Donald Trump e a sua base satânica de apoio

Citando o ativista e antigo presidente da África do Sul Nelson Mandela, Barak Obama publicou um “tweet”, da seguinte natureza “Ninguém nasce a odiar outra pessoa devido à cor da sua pele, o seu passado ou a sua religião”, precisamente um dia depois de Heather Heyer, de 32 anos, ter sido atropelada mortalmente por um supremacista branco, enquanto protestava contra a extrema-direita em Charlottsville, no Estado da Virgínia.

“No one is born hating another person because of the color of his skin or his background or his religion…”(Barack Obama)

Ainda tomando de empréstimo as palavras retiradas da autobiografia de Mandela Um Longo Caminho Para a Liberdade, Obama acrescentou que: “As pessoas aprendem a odiar e, se podem aprender a odiar podem aprender a amar, porque o amor é mais natural no coração humano do que o seu oposto”.

Inicialmente, Trump começou por reproduzir o “politicamente correto” ditado pelos seus conselheiros, afirmando aquilo que nunca pensou nem sentiu: «Devemos estar todos unidos e condenar tudo o que representa ódio. Na América não há espaço para este tipo de violência. Vamos permanecer unidos». Porém, como “a verdade e o azeite vêm sempre ao de cima”, da noite para o dia, Trump não resistiu a ser igual a si mesmo, dando “refrescante” serventia ao seu solitário neurónio e à sua mais que indisfarçável simpatia por neonazis, supremacistas e outras alimárias da sua espécie, bolçando  que a culpa pelos incidentes era dos dois lados – dos que organizaram a marcha da extrema-direita e Ku Klux Klan, assim como dos que foram até à cidade para protestar contra ela, o que tem sido, larga e muito naturalmente criticado, particularmente pelo facto de Trump não condenar especificamente a extrema-direita pelos incidentes em Charlottesville.

Nada que surpreenda, sobretudo depois de saber-se que muito da sua base de apoio se encontra entre estes “trolls”. Para se ter uma ideiazinha sobre o “encantador” caráter destes  trogloditas, um abominável “site” neonazi não resistiu sequer a troçar da vítima nos “elegantes” termos que a seguir citamos:”Gorda, inútil e sem filhos”. Inominável.

 

Trump, que é um inegável supremacista bronco encapotado, para além de envergonhar a espécie humana, os bichinhos e os “aliens” apenas serve para alimentar e reforçar o florescimento de toda uma escória social infestada de  racistas, xenófobos, neonazis, belicistas defensores de uso massivo de armas e outra que tal escumalha social norte-americana.

A “cereja no topo do bolo”, se bem que também não surpreenda, mas dê muita e muita volta ao estômago, foi o triunfalismo do “site” de extrema-direita The Daily Stormer, cano de esgoto no qual foi publicado durante o fim de semana um texto a elogiar a atitude de Trump. “Ele [Trump] não nos atacou. Não nos condenou de forma alguma. Quando foi pedido para nos condenar, ele apenas saiu da sala. Muito, muito bom”. “Deus o abençoe”. Comovente!!!

Aliás, como toda a gente sabe, quer os extremistas da direita, quer os de extrema-esquerda são particularmente conhecidos pela sua divina bondade e generosas bênçãos!

Em suma, a propósito deste “esgoto a céu aberto” em que Trump e trumpistas chafurdam, a melhor intervenção foi sem dúvida  a de  Theresa May, que traduziu de uma forma muito crítica, clara e objetiva a terrível realidade com que os americanos hoje convivem: “Não vejo qualquer equivalência entre aqueles que propagam visões fascistas e aqueles que se opõem a elas.” Será que Trump também vai brindá-la com um “You`re fired”?