Cartão da pedincha roda no Funchal: verdade ou fraude?

O cartão que alicia a pedincha. FOTO RUI MAROTE.

*Com Rui Marote

Nos últimos dias, um cidadão romeno circula pelos mais diversos estabelecimentos comerciais do Funchal para apelar à solidariedade no sentido de angariar dinheiro, por forma a socorrer os tratamentos de uma criança portadora de uma doença rara.

Seja num restaurante, numa clínica, livraria ou pastelaria, banco ou noutro espaço sentado, a prática é esta: o cidadão da Europa de Leste entra, deixa um cartão na mesa (vide foto) a explicar ao que vem e depois regressa daí a segundos para recolher o cartão plastificado e o donativo individual. Não há tempo nem espaço para explicações ou resposta a perguntas. É distribuir e recolher. Atónitos, confusos, embaraçados, céticos, os cidadãos lá vão estendendo a mão a esta causa dramática mas muito mal explicada e, por vias das dúvidas, lá fazem fé na cura da criança contribuindo para o seu tratamento.

Há cidadãos que chegam mesmo a questionar o angariador de receitas: será isto verdade ou fraude? Aparentando não perceber uma palavra de português, mantém o silêncio, e de forma pragmática e impassível completa o serviço de recolher as moedas ou a nota para passar a outros.

Por diversas vezes, o FN tem alertado para uma súbita onda de pedintes oriundos de Leste que passa a habitar as ruas da cidade, em particular no verão, alegadamente orientada por alguém, e que levanta grandes suspeitas junto da população. Apesar dos alertas às entidades competentes, o esquema repete-se e intensifica-se- Tudo isto perante a aparente indiferença das entidades policiais que deveriam filtrar estas situações que diariamente vão ao bolso de madeirenses e turistas, desconhecendo-se em bom rigor a veracidade das suas causas e motivações.