Idosa de 70 anos não saía de casa, há cinco anos, por falta de acesso à estrada

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Um acesso muito complicado para os idosos.

Há cinco anos que Florinda não saía de casa, por ter medo de subir e descer as escadas de acesso à sua residência. Fê-lo para renovar o seu Cartão de Cidadão, com a ajuda de Raquel Coelho e Quintino Costa, do PTP, que relatam o caso ao FN.

Florinda e o seu marido João, de 70 e 75 anos respetivamente, ambos doentes, moram no Sítio das Regadinhas, no Concelho de Santa Cruz, numa casa antiga, a apenas 50 metros da estrada. No entanto, vivem isolados do mundo por falta de acessibilidade, entre outros aspetos de caráter social.

Mas este não é o único drama vivido por este casal de idosos. Residem numa moradia bastante antiga, que se encontra degradada e sem condições de habitabilidade. Parte do teto já ruiu e, por vezes, a chuva cai dentro de casa, vendo-se forçados a fazer as suas refeições na rua.

casa3A casa está rodeada de barreiras arquitetónicas, o que não facilita a mobilidade de cidadãos inválidos e doentes. Também não dispõe de acesso a carro, já que a única ligação à estrada é por via de uma escadaria antiga e íngreme, perante a qual o casal tem muita dificuldade em atravessar. No inverno, com a chuva, a situação agrava-se, pois o caminho fica extremamente escorregadio.

(Veja o vídeo no facebook)

Florinda, pela primeira vez em 5 anos, saiu de casa porque tinha de vir ao Funchal renovar o seu Cartão de Cidadão. O Partido Trabalhista Português, através de Quintino Costa e Raquel Coelho, captaram um vídeo, que remeteram, ao FN, em que mostra a aflição e dificuldade desta senhora no acesso à sua casa. Um percurso feito em  25 minutos, quando uma pessoa normal o faz em 5 minutos.

Florinda ficou incapacitada de uma perna em consequência de um atropelamento quando era jovem. Hoje sofre de diabetes e tensão alta, o que lhe causou uma trombose numa das pernas. João também sofreu recentemente um AVC e teve meses sem sair de casa até recuperar na totalidade a sua mobilidade.

(Veja o vídeo no facebook)

João foi agricultor toda a sua vida. Florinda é inválida. Logo,  vivem com muitas dificuldades financeiras. As pensões que auferem não chegam para fazer face às suas despesas no final do mês. Por diversas vezes, alegam ter pedido auxílio à Câmara e à Junta de Freguesia, mas até hoje continuam à espera. O ano que passou, pediram auxílio a Filipe de Sousa, Presidente da Câmara de Santa Cruz, que reconheceu que o caso era prioritário, mas, no entanto, terá referido que não tinha na oportunidade margem financeira para ajudar logo esta família.

casa2Como esta, outras situações existem no silêncio. Uma oportunidade para alertar para o facto de as zonas altas de Santa Cruz evidenciarem abandono, nomeadamente com pobreza escondida e envergonhada, o que deve merecer outra atenção por parte de todo o poder autárquico.

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