“O meu compromisso é com as pessoas e a minha função é fazer e fazer bem feito”

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Paulo Cafôfo defende estratégia de proximidade com os munícipes e acredita nessa “confiança mútua”. Foto Rui Marote

As “presidências abertas” que o presidente da Câmara Municipal do Funchal vem desenvolvendo, contactando com as pessoas e identificando problemas que as afetam no dia a dia, visam fundamentalmente aproximar os munícipes da Câmara e, como diz Paulo Cafôfo, corresponde “a uma postura que sempre tivemos no sentido dessa proximidade”.

Para o autarca “os cidadãos, em geral, estão um pouco cansados do político distante, que só aparece em ano de eleições e na campanha eleitoral, e depois esquece-se de tudo e de todos. Pelo contrário, temos desenvolvido uma abertura democrática, respeitando a oposição e fomentando o próprio conceito de democracia participativa, que não existia, representando tudo isto sinais de aproximação”.

Articulação com as juntas

Na perspetiva do presidente da autarquia funchalense “faz todo o sentido que, fora do fervor de uma campanha eleitoral, tenhamos encontros com as pessoas, através destas presidências abertas, e não só, de forma otimizada, metódica e sistematizada. E diariamente, faço-me acompanhar sempre de um papel e caneta para apontar os problemas que as pessoas me colocam constantemente. É natural, um presidente de câmara é para resolver os problemas das pessoas. Além disso, temos uma articulação com as juntas de freguesias, há uma reunião de câmara que é feita numa junta, onde estão presentes não só membros do executivo, mas também da oposição e onde são abordadas as questões relacionadas com as situações que nos vão chegando por parte dos cidadãos ou de assuntos para debate”.

Sentir a sociedade civil”

“Outra mais valia desta postura de proximidade”, reforça Paulo Cafôfo, é “sentir a sociedade civil, as instituições de cariz social, cultural, desportivo, permitindo saber, em concreto, o que cada uma delas faz, mas também valorizar e dar prioridade ao que é a sua atividade. A recetividade das pessoas tem sido extraordinária”.

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“O que procuramos fazer é defender o interesse da cidade, a segurança dos nossos munícipes e também daqueles que nos visitam”. Foto Rui Marote

O facto de estarmos em ano de eleições não poderá constituir factor de uma maior aceleração dos contactos, no âmbito desta estratégia de proximidade ou de inclusivé de mudança de estratégia? Paulo Cafôfo diz que não. Reconhece que haverá diferenças naturalmente com a dinâmica de uma campanha eleitoral, mas no que diz respeito à estratégia normal da Câmara do Funchal, mantém-se a planificação habitual de um ano não eleitoral”.

Arrumar a casa e dar lufada de ar fresco”

Cafôfo considera que o processo deste mandato sofreu naturalmente alguma evolução, sublinhando que “os dois anos foram destinados à organização da estrutura interna da Câmara, mas também da situação financeira, pelo que tivemos que arrumar a casa para podermos, agora, avançar e termos outro andamento, cumprindo de forma sustentável aquele que é o nosso programa e e os compromissos assumidos, o que é importante para a credibilidade política. Quando avançámos com esta candidatura, o objetivo foi mesmo dar uma lufada de ar fresco, romper com uma determinada maneira de fazer política, tendo uma outra atitude perante os cidadãos, o que da nossa parte tem sido cumprido”.

Cafôfo acredita num segundo mandato

Em matéria de eleições autárquicas, o PS já deu conta do apoio a uma recandidatura de Paulo Cafôfo, que se afirmou recentemente apostado numa nova cidade, concretizável num segundo mandato. À questão sobre se acredita na reeleição, responde que aquilo que acredita mesmo é que esta veração “tem feito um bom trabalho” e está certo que “as pessoas também têm confiança em nós”. Por isso, naquilo que considera ser esta “base de confiança mútua”, mostra-se convencido “que haverá segundo mandato”, até porque, como lembra, “o nosso projeto não está de forma alguma concluído. Lançámos as bases, fizemos investimento, mas precisamos de mais um mandato para levar por diante aquilo a que nos propusemos”.

Respeito mas não preocupação com adversários

Em matéria de adversários, com Rui Barreto (CDS) a assumir-se como seu principal opositor e com o PSD ainda sem decidir quem avança, se Rubina Leal ou outro candidato, Paulo Cafôfo é claro ao afirmar que a sua preocupação não está nos adversários. “O meu compromisso é com as pessoas. Se continuarmos a desenvolver o trabalho que temos feito até ao momento, certamente teremos a confiança das pessoas. Claro que respeito os adversários, felizmente vivemos numa sociedade democrática, com pluralidade partidária, mas a minha função é fazer e fazer bem feito”.

Há relação institucional

Em termos institucionais, o relacionamento com o Governo tem sentido altos e baixos, sendo que a situação relacionada com as obras nas ribeira, tem criado alguma tensão e troca de comunicados, sobretudo no que se refere à preservação do património. Ao ponto de, recentemente, a Câmara ter decidido declarar três pontes de interesse municipal, naquela que é entendida como uma medida para “travar” eventuais “atropelos” no âmbito das obras desenvolvidas pelo Executivo Regional. Outra das divergências ocorridas recentemente, está ligada à estratégia de combate ao mosquito, com o governo a acusar a câmara de não participar nas reuniões enquanto parceiro.

Defender o património da cidade

Colocado perante estas realidades, o presidente da Câmara esclarece que há uma relação institucional entre Câmara e Governo. “Aquilo que procuramos fazer não é uma estratégia de guerra seja com quem for, quer na questão das ribeiras, quer na questão do mosquito. O que procuramos fazer é defender o interesse da cidade, a segurança dos nossos munícipes e também daqueles que nos visitam. Portanto, se o governo entende adotar uma determinada postura, a nossa é defender o interesse da cidade, conversando e mantendo portas abertas. Apesar das polémicas que têm surgido, quem tem responsabilidades políticas deve ter sempre a perceção de dialogar com os diferentes poderes. É isso que temos procurado fazer, apesar das polémicas que por vezes parecem surgir. A nossa preocupação é defender o património da cidade e a classificação de Interesse Municipal dessas ribeiras é precisamente em defesa do património da cidade”.