Crónica Urbana: Que Deus ilumine os políticos

 

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Rui Marote

A luz dos holofotes da fama é por vezes curta e as as trevas não tardam em apoderar-se de um reinado político em que muitos elogiaram a chamada. O apóstolo Mateus, 22.14, cita que “muitos serão chamados mas poucos os escolhidos”… E não faltaram as más escolhas. Nem todos nasceram para ser políticos.

No próximo dia 20 de Abril, comemoram-se dois anos desde que o Governo Regional tomou posse, sob a batuta de Miguel Albuquerque. Desde essa data até agora, já lá vão mais de seiscentas nomeações.

Há secretarias que vivem em estado de graça. Outras vivem nas trevas, e continuam a cometer os mesmos “pecados”, com atropelos às leis. Umas vezes abrem concursos; outras ocupam cargos sem concurso. Assistimos recentemente à prova para o cargo de director de animação turística: ora, o júri é soberano, mas a as perguntas colocadas eram duma pobreza franciscana. Se vencer qual o projecto que tem? O que está mal? A idade não o impede de assumir o cargo? Esta semana publicámos um curto apontamento sobre as curiosas circunstâncias deste cargo, cuja decisão “não ata nem desata”.

Hoje sabemos que embora haja uma vencedora bem posicionada, os descontentes por terem sido excluídos vão impugnar a decisão, apresentando um recurso a contestar critérios, ao Secretário da tutela.

Por outro lado, hoje foi anunciado, sem concurso, o preenchimento do lugar a dirctora de gestão e apoio à cultura. Sabemos que está a decorrer o concurso para director do Museu Quinta das Cruzes, do Museu Etnográfico da Madeira, na Ribeira Brava, e para director do Arquivo e Biblioteca Pública Regional, na Penteada. O Mudas.Museu de Arte Contemporânea na Calheta continua sem director, dado que Sainz-Trueva, que desempenhava essas funções, se aposentou há alguns meses. Isto já para não falar da nomeação do director do Instituto do Vinho e do Bordado, que foi nomeado e depois desnomeado por causa das habilitações. Já dizia D. Luísa de Gusmão que mais vale ser rainha por uma hora do que duquesa toda a vida…
Ou seja, decorridos dois anos, o Governo continua a arrumar a casa.
Recordemos as palavras de Miguel Albuquerque na cerimónia da tomada de posse: “Seremos imunes a pressões e interesses sectoriais”.
Que Deus ilumine os políticos… esta luz só pode ser Jesus…