Quem canta seu mal espanta, quem chora seu mal adora…

albinovo
Ilustração de José Alves.

O Estepilha não quer aumentar os grãos de areia na camioneta. Mas há vozes dentro do PSD/M que falam na possibilidade de Miguel Albuquerque proceder a uma remodelação do governo, após o calor estival e na brisa do outono. As folhas sucumbem à mudança de estação e, segundo nos relatam, há secretários que o presidente pode deixar cair.

Como é evidente, só ao seu travesseiro é que o presidente se confessa. Diríamos até que também a Rui Abreu. Para o exterior, a nível oficial, nem uma palavra.

O Estepilha não quer queimar nomes em praça pública. Mas lá que os nomes dos remodeláveis circulam, lá isso circulam. É preciso que alguém saiba ser mais do que um hábil matemático, há que falar melhor à alma do setor primário e há ainda que gerir melhor as obras da aldeia em sintonia com a Europa.

No tempo de Jardim, quando as críticas aos membros do seu governo aumentavam de tom, era aí que o presidente segurava com unhas e dentes o seu staff, claro está, que lhe replicavam com uma fidelidade canina. Mas Albuquerque quer ser sinónimo de renovação. O Estepilha questiona: esta renovação é extensível a uma remodelação sumária do seu governo para injetar-lhe outro oxigénio? A fatura dos incêndios e de outros incidentes arredondam a fatura e Albuquerque, como diz sempre, não tem paciência para baboseiradas e tiros nos pés.

Enquanto o tempo se encarregará de mostrar os factos, o Estepilha trauteia a trova do nosso ilustrador, José Alves:

Quem canta seu mal espanta
Quem chora seu mal adora.
Querem que eu mude o governo,
Dizem que chegou a hora!