Novo lar do Hospício estará concluído em breve, diz Francisco Costa

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Fotos: Rui Marote

Dentro de poucos meses já deverá estar em condições de ser inaugurado o novo lar do Hospício Princesa D. Maria Amélia. Com capacidade para 40 pessoas, o edifício, situado nas proximidades do prédio principal, acolherá o lar de idosos que faz parte, já desde há muito tempo, das valências daquela instituição.

Conforme explicou ao FN Francisco Costa, administrador da Fundação que gere o Hospício, além da escola, da creche/infantário e do orfanato, o lar de idosos já existe há imensos anos, e tem estado a operar no edifício principal do Hospício, da Avenida do Infante. Porém, este prédio, inaugurado já em meados do século XIX, “necessitaria de adaptação profunda para continuar a dar aos idosos todas as condições que todos nós gostamos que os lares de idosos tenham”.

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Por essa razão, a administração da Fundação do Hospício entendeu que seria preferível, ao invés de realizar obras profundas na casa-mãe – eventualmente até arriscando descaracterizar aquele que é um imóvel classificado e de grande interesse patrimonial – construir um novo edifício de raiz, para o qual serão transferidos os utentes do actual lar.

É esse novo edifício que neste momento está a acabar de ser construído, com todos os requisitos que hoje em dia se exigem para a sua função. Quanto à casa-mãe, será modernizada e adaptada na medida do possível, “sempre com respeito absoluto pela sua traça original”, para acolher “actividades recreativas, lúdicas, sociais, para funcionar como centro de dia, todo um conjunto de actividades desse tipo, também ao serviço da população idosa”, referiu o administrador.

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A história da criação do Hospício remonta a 1852, ano em que chegaram à Madeira a viúva do rei D. Pedro IV de Portugal (também D. Pedro I, imperador do Brasil), que vinha acompanhada de sua filha, a princesa D. Maria Amélia. Esta estava muito doente de tuberculose. Já seu pai morrera pelo mesmo motivo. Mas no ano seguinte a jovem princesa morreu. Sua mãe, em sua memória e em agradecimento à forma como os madeirenses as haviam recebido, decidiu criar um hospital para os tuberculosos. E assim se fez. A família da imperatriz, a realeza sueca, a começar pela rainha Josefina, irmã de D. Amélia, deu continuidade ao seu legado, ao longo dos tempos.

“É por isso que há fundos que são geridos, ainda com o apoio da Casa Real, que são fundos da Fundação da Princesa D. Maria Amélia”, esclarece Francisco Costa.

A entrada em funcionamento do edifício sofreu atrasos, por causa da execução da obra, atribuível ao empreiteiro, salienta o nosso interlocutor, que afirma não ter havido quaisquer atrasos de outra natureza. Contudo, tudo aponta para que o novo lar esteja operacional dentro de pouco tempo, já que a obra está quase terminada, bem como a instalação de todos os equipamentos necessários.

Dentro “de um prazo curtíssimo”, estar-se-á em condições de transferir os idosos para as novas instalações que os irão acolher, e que não beneficiaram de apoios públicos do Governo Regional ou outros.