António Costa garante apoio técnico e financeiro em clima de solidariedade nacional

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Fotos: Rui Marote

Estarão disponíveis, já na próxima semana, linhas de financiamento principalmente para os sectores do turismo, comércio e da agricultura. O plano é recuperar de imediato a atividade económica e a imagem de destino turístico da Madeira.

A informação acaba de ser transmitida no Funchal pelo Primeiro-Ministro, numa conferência de imprensa, onde se procurou sublinhar a solidariedade nacional e institucional. Algo que ficou patente com António Costa a proteger a posição muito criticada de Miguel Albuquerque na gestão da catástrofe.

Governo da República completamente comprometido com as autoridades regionais na resolução dos problemas resultantes dos incêndios dos últimos dias. Sector económico, dimensão social e áreas técnicas estão contempladas no programa de apoio governamental.

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Os compromissos são vários. O Laboratório Regional de Engenharia Civil irá trabalhar de imediato com a Engenharia Militar na monitorização e consolidação dos edifícios, escarpas e taludes afetados, de forma a minorar riscos de derrocadas já no inverno.

Estão também previstos mecanismos de apoio à reposição da capacidade económica. Já na próxima semana, estarão disponíveis linhas de crédito para atividade turística, incluindo hotelaria, comércio e restauração, assim como a empresas que tenham sido destruídas ou afetadas nas suas instalações e equipamentos.

Os valores serão alvo de apuramento nas próximas semanas.

Na agricultura, prevê-se igualmente uma linha de emergência que preconiza a autorização de pagamentos de despesas antes da aprovação de projetos a candidatura a fundos comunitários.

Quanto às habitações muito afetadas no Funchal e na Calheta, a situação está a ser analisada, tendo o Primeiro-Ministro assegurado apoio social de emergência a famílias carenciadas que não estejam abrangidas por seguros.

O Governo da República vai ainda apoiar financeiramente programas municipais de recuperação do património no Funchal e Calheta.

A recuperação da imagem da Madeira como destino turístico de qualidade e segurança foi outro aspeto destacado por António Costa. O chefe do Governo adiantou estar já no terreno uma campanha de informação à comunidade internacional, através da rede diplomática e dos centros de turismo, no sentido de recuperar a confiança dos operadores e turistas, informando-os quanto ao evoluir dos trabalhos de recuperação e da situação de normalidade.

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O Primeiro-Ministro justificou a falta de apoio europeu com o facto de muitos Estados estarem eles próprios a lidar com catástrofes naturais relacionadas com incêndios. No entanto, considera ser necessária uma revisão e reforço dos atuais meios por parte da União Europeia.

Quanto ao meios aéreos de combate a incêndios, António Costa garantiu estar disponível para avançar com estudo, caso a Região assim o decida.

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António Costa não quis tecer comentários quanto a eventuais falhas na gestão do sinistro pelo Governo Regional, sobretudo quanto ao tão criticado atraso no pedido de apoio de meios extraordinários de combate. Preferiu sublinhar que em horas de grande tensão há que não criar novos problemas, garantindo por isso total apoio e solidariedade do Estado no acompanhamento deste problema.

Miguel Albuquerque, sentindo-se visado nas perguntas dos jornalistas, interrompeu o Primeiro-Ministro, dizendo que assume as suas responsabilidades e que na origem da questão esteve a mudança repentina das condições do vento. Meia hora apenas após o ponto da situação.

“Às 16 horas o fogo estava estabilizado, não fazia sentido estar a desviar recursos nessa circunstância. Às 16h30, há uma mudança completa no vento que alterou situação e foi então que imediatamente pedimos apoio”.

Costa, mediador, desviou as atenções agradecendo o papel do povo madeirense, autoridades, bombeiros e forças de segurança, destacando o sentido de solidariedade nacional.

oi001179.jpgSabe-se que secretários regional e de Estado das Finanças vão reunir para apurar os valores a afetar à Região.

Miguel Albuquerque sublinhou a necessidade de consolidar a imagem de normalidade junto da comunidade e operadores turísticos de forma a garantir a sustentabilidade do sector.

Há trabalho a decorrer na recuperação de estradas, limpeza e recuperação de casas, regresso de moradores às residências. O Presidente do Governo Regional a reforçar a ideia de que o pior já passou e o plano pós-tragédia está já no terreno.

O Primeiro-Ministro está esta quinta feira na Região para conhecer in loco o impacto da tragédia e articular planos de intervenção e apoios com as autoridades regionais.