O fim dos mitos

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Os “Povos Bárbaros” fizeram cair o Império Romano. Os nossos antepassados Celtas afrontaram Roma. O cerco de Numância tornou-se símbolo da coragem Espanhola, o nosso Viriato – aristocrata celta – foi parte nessa causa. Os Povos subjugados venderam cara a sua Liberdade. Quem não se lembra do Gaulês Astérix?

Dois sécs depois de Numância, há Gauleses no Senado. No séc III temos Imperadores vindos da periferia. Os novos cidadãos do Império têm em comum, o latim, a cultura romana e o Deus Cristão. Emanadas desta nova realidade, no séc V, surge, com Clóvis I, a União das tribos Francas. No séc VIII, com Carlos Magno, temos o Sacro Império Romano-Germânico. Iniciava-se o governo de Aristocratas. Governavam os melhores, auferiam grande Poder Político e Económico bem como vários privilégios. Ao latim e ao Cristianismo um terceiro elemento se juntou para, inicialmente, dirimir conflitos entre Nobres. Foi a Liberdade.

Os laços familiares que se estabeleciam entre Nobres perduraram séculos. O conceito de Liberdade, em 1215, não é o mesmo na Independência da América, nem com Napoleão, pouco depois. A Aristocracia sofreu um forte revês com isto. Os privilégios foram postos em causa. A trilogia Liberdade Igualdade Fraternidade impôs-se. Abalada por Napoleão, a Aristocracia sobrevive mais um século. A Liberdade, contraditória da Igualdade, juntas pela Fraternidade, levaram a que o Poder, através do voto, saísse da Aristocracia para o Povo. As Monarquias perderam os privilégios de classe e surgem as Repúblicas. Conceitos contraditórios, Liberdade e Igualdade, geraram dois mitos. Liberdade é capitalismo, Igualdade é comunismo. O Estado-Nação, conceito do séc XVIII, aparece na fase dos nacionalismos, onde uma cultura, uma língua e uma história próprias conferem segurança aos indivíduos.

O séc XX fez cair mitos. O Estado-Nação já não existe. A dicotomia capitalismo-comunismo também não. Privilégios que ligam os poderosos – órfãos do comunismo e do capitalismo – nos nossos dias aglutinam as elites. O Azul da tranquilidade e harmonia da Nobreza Europeia cede lugar ao Cinzento da ausência de emoção dos actuais detentores do Poder Político e Financeiro. Desavindos com Cristo, parecem prosélitos de uma religião larvar de inspiração Hindu. Os Bramas, intelectuais, religiosos e professores impõem às castas inferiores o “Cinzentismo” – ignoraram o sofrimento Humano, para garantir os privilégios. Interligando-se, como outrora, perpetuam-se nas mordomias

Não caiamos no logro dos neófitos Bramas que garantem não haver nos offshores nada de anormal. Este dogma já garante insulto a quem contesta, no mínimo, levamos rodada de burros, vamo-nos unir, para que na defesa do dogma não surja perseguição.