MPT diz que obras nas ribeiras do Funchal deviam ser realizadas a montante

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O MPT-Madeira emitiu um comunicado no qual questiona se as obras que estão a ser realizadas nas ribeiras do Funchal serão verdadeiramente uma necessidade, ou um negócio.

Diz o partido que não quer pôr em causa a necessidade de se fazerem algumas obras de manutenção nos caudais das ribeiras, até porque se vai apercebendo que existe algum desgaste das mesmas, que até então resistiram a várias intempéries violentas.

“Consideramos que o maior desgaste se deve à intervenção que o ser humano foi realizando a montante, não protegendo nem prevendo que esses locais de intervenção fossem os causadores dos problemas a jusante, como tem vindo a acontecer”, refere o partido.

Estas ribeiras foram construídas após o aluvião de 1803, pelas mãos do Engenheiro Reinaldo Oudinot. Estas construções de enormes muralhas em pedra resistiram até aos dias de hoje, lembra.

Na opinião do MPT-Madeira, existem várias obras urgentes a realizar nas ribeiras, mas a montante onde o perigo é iminente e está a vista de todos. Para que os caudais das ribeiras possam oferecer segurança às populações será necessário intervir onde esses mesmos caudais nascem, ou seja, começar a obra pela raiz e não pelo telhado, defende esta força política.

“Esta inversão de prioridades sobre onde intervir com obras desta volumetria, fazem transparecer que isto é mais um negócio feito à encomenda dos interessados, Governo e Empresas”, critica.

Se o modelo que o MPT defende fosse o aplicado, os caudais de água potável poderiam ser mais bem aproveitados e canalizados para consumo e agricultura, especialmente quando existe escassez deste bem de primeira necessidade.

“Em tempos não muito recuados, as nossas ribeiras estavam cobertas de buganvílias que floresciam harmoniosamente, dando à cidade do Funchal uma beleza exuberante que eram referenciadas como um ex-libris turístico. Sabemos da existência na Ribeira de São João de plantas e árvores (Jacarandás e Carolinas) que foram arrancadas, não se sabendo o que lhes aconteceu, ou seja, será que foram novamente replantadas ou apenas destruídas. Se foi o caso podemos dizer que foi realizado um atentado ambientalista, uma vez que estas plantas e árvores dão flores de uma exuberância de cor paradisíaca e que obviamente atrai os turistas que nos visitam”, critica.