“Há pessoas a morrer por falta de assistência médica”. Esta declaração do deputado independente Gil Canha foi uma das muitas acusações tecidas ao secretário da Saúde, Faria Nunes, esta manhã no plenário que decorre na Assembleia Legislativa Regional. O parlamentar acusaria ainda a Região de ser a única zona do país onde a “eutanásia foi institucionalizada”, dado que os cidadãos estão sujeitos a morrer enquanto permanecem nas listas de espera para as consultas, exames e cirurgias. Listas, de resto, cujos números actualizados Faria Nunes não facultou, apesar da insistência do deputado do JPP, Élvio Sousa.
A gestão de Faria Nunes foi intensamente criticada por toda a oposição, incluindo pelos deputados Mário Pereira, CDS, Vítor Freitas e Jaime Leandro, PS, Ricardo Lume e Sílvia Vasconcelos, PCP, José Manuel Coelho, PTP, e muitos outros. Os deputados do PSD procuraram prestar apoio ao secretário, reconhecendo que havia e há realmente muitos problemas no sector da Saúde, mas considerando que um ano de mandato não chega para implementar todas as melhorias necessárias.
Faria Nunes sempre foi adiantando que virão para a Madeira mais anestesistas e ortopedistas para ajudar a resolver as falhas que existem nos serviços destas especialidades, mas o que permaneceu foi de facto a impressão de que prosseguem muitas fragilidades na saúde que se presta à população e que nunca mais são, efectivamente, resolvidas.
As lacunas em material e a denunciada existência de roedores no hospital dos Marmeleiros foi aproveitada pelo sempre polémico deputado Coelho, que foi oferecer a Faria Nunes e ao secretário dos Assuntos Parlamentares, Sérgio Marques, que o foi apoiar em determinados dossiers, umá ratoeira, papel higiénico e outros bens essenciais que faltam nos hospitais. Uma “oferta” à qual ambos os governantes viraram costas.
Roberto Almada expressou em poucas palavras, mas certeiras, as fragilidades que ressaltam da gestão de Faria Nunes: “O que falta é um secretário da Saúde”.
