Solidários no 20 de fevereiro: e no caso BANIF, quem os ajuda?

20 de fevereiro
Ilustração José Alves.

O FN deixou propositadamente passar a efeméride do 20 de fevereiro para, partindo desta tragédia, evocar outra que entristece madeirenses e emigrantes, de forma silenciosa e solitária.

A tragédia de 20 de fevereiro de 2010 trouxe à superfície uma lição de solidariedade vinda de todos os ângulos, mesmo do então mal-amado Continente. Todos ajudaram a Madeira e os madeirenses entreolharam-se e quiseram estender as mãos uns aos outros. Ficou a lição.

Hoje, a Madeira debate-se com uma outra tragédia que, não tendo nunca a dimensão do 20 de fevereiro, não deixa de ser também gritante: a falência do BANIF e o terror que se espalhou nas famílias que viram as suas poupanças escaparem dos dedos como areia ou papel sem valor. Não se trata de mais um banco, de mais uns quantos que arriscaram e perderam, trata-se, grosso modo, da vida económica da Madeira e de emigrantes que estava confiada ao Banco da Madeira, onde o pequeno/médio empresário se “encostava” para gerir as nortadas dos impostos e das medidas anti-investimento da austeridade.

Sim, depois ninguém é responsável. Sim, depois nem o governo de cá e de lá quer saber dos que perderam as poupanças de uma vida. Sim, porque cada qual pensa no seu quintal e, até chegar ao seu banco, não há crise nem dor.

A ilustração de José Alves, enquadrada no 20 de fevereiro, convida-nos à solidariedade sempre e ao comprometimento.