A Sé Catedral do Funchal vive momentos de grande adoração à imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Pelas 08h00, já o maior templo da Madeira se enchia de peregrinos para assistir à missa e adorar Nossa Senhora, como se daquela imagem saísse uma força regeneradora e inexplicável para todos aqueles que a adoram.

Duas missas consecutivas, logo pela manhã, tiveram sempre uma enchente na Sé Catedral, com os cristãos a participarem cada qual à sua maneira. O sacerdote, que celebrou ambas as liturgias, explicava a todos aqueles que possam ser céticos relativamente a esta adoração: “Nossa Senhora não está presa na imagem. Olhar a imagem é sim um caminho para nos elevar até Deus”.

Outros peregrinos questionam-se: o que lhe dizer, já que são tantas as mensagens, os pedidos, as orações, num diálogo que por vezes se transforma num turbilhão de emoções. Mais uma vez, o sacerdote aconselha: “Por vezes, basta olhar para ela e ela para nós”. Um silêncio que pode querer dizer tudo, sendo as palavras absolutamente desnecessárias. E isto é adorar.

Envolta de rosas brancas, aquela que é a primeira das 13 réplicas da imagem peregrina, que esteve na Madeira na década do 40, repousa na Sé, onde é adorada por milhares de adultos e até crianças. Os alunos que estudam nas instituições da Congregação da Apresentação de Maria e Maria Eugénia Canavial oram esta manhã junto à imagem e, nos dias seguintes, outros estudantes, presos, doentes e demais cristãos o farão, junto à imagem. É ela que vem até aos cristãos para um momento de intimidade mais profundo, cada qual à sua maneira.

O Evangelho de hoje, segundo São Mateus, é particularmente significativo: no dia do Juízo Final, a separação das ovelhas que seguiram os ensinamentos do Senhor dos cabritos que procuraram outros voos, longe dos ensinamentos cristãos. Depois, a grande lição da Palavra: a recomepnsa para aqueles que acolheram o Senhor, lhe deram de comer quando teve fome, o vestiram quando não tinha roupa, lhe saciaram a fome e o recolheram quando era peregrino. Uma Palavra que não é remota nem estática nas págianas da Bíblia mas atualíssima e que se quer hoje viva. O apelo do sacerdote é pungente: “Lembrai-vos o que diz o Senhor: sempre que ajudais um pequenino, pobre ou desfavorecido, é a Jesus que ajudais”.

À saída da Sé, outros tantos cristãos ao encontro da imagem peregrina. Como explicá-lo? Não se explica. Há uma força anímica que os empurra até ela. Vive-se, na contemplação.