Comunicação social “levou Marcelo às costas”, diz Faria Paulino

fotografia-1.jpg
Foto Rui Marote

Numa altura em que tudo aponta para que Marcelo Rebelo de Sousa tenha vencido estas eleições presidenciais à primeira volta, com ampla vantagem sobre Sampaio da Nóvoa, o ambiente que se respira na sede da candidatura deste último no Funchal não é, naturalmente, dos mais entusiásticos.

Eleições-Presidenciais-2016

O director da campanha, Francisco Faria Paulino, referiu ao Funchal Notícias: “Obviamente que se se confirmarem os números que as sondagens apontam, para uma vitória à primeira volta do candidato Marcelo Rebelo de Sousa, é evidente que é uma derrota para nós”.

Mau grado as “dificuldades” desta campanha, na qual acusa a comunicação social portuguesa de ter favorecido claramente Marcelo, Faria Paulino entende que era expectável passar pelo menos à segunda volta. Porém, os apoiantes estão pouco crentes de que tal se venha a verificar.

“A comunicação social fez uma campanha muito ruidosa contra o candidato Sampaio da Nóvoa”, acusou, “privilegiando claramente Marcelo Rebelo de Sousa, que foi ‘levado às costas’ por toda a comunicação social deste país”.

oi000024.jpg
Foto LR

O nosso interlocutor afirma que não se trata de desculpas de mau perdedor, mas de constatação de uma realidade.

“Aquilo que nós desejamos é que o futuro presidente, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, tenha muito sucesso na sua função, endereçamos-lhe os nossos parabéns sem qualquer acrimónia, e desejamos e esperamos que ele oiça realmente o clamor desta candidatura, uma candidatura cidadã, feita em moldes completamente diferentes dos tradicionais”, declarou.

A falta de apoios partidários e financeiros de relevo foi apontada por Faria Paulino, que admite que a falta de apoios explícitos e claros pode ter prejudicado a candidatura de Sampaio da Nóvoa, mas considera que esta foi uma campanha muito atípica, prejudicada pela quase sucessão de eleições, pela mudança nos paradigmas políticos nacionais e pela fragmentação da esquerda em múltiplas candidaturas, enquanto a direita se uniu em torno de Marcelo.

“Isso já começa a ser quase que o drama tradicional da esquerda portuguesa, que tem muita dificuldade em entender… pode ser que iasto agora mude”, refere. Embora entenda, naturalmente, que os partidos como o PCP ou o BE “têm toda a legitimidade de apoiar os seus candidatos”.

“A posição do Partido Socialista foi conhecida, e deu no resultado que deu”, constatou.