O Presidente da República acabou de indigitar Passos Coelho como Primeiro-Ministro, lamentando a falta de acordo entre as forças políticas ditas europeístas – PSD, CDS e PS -, dizendo não entender como foi possível os três partidos não terem ultrapassado interesses circunstanciais, quando nos objetivos estratégicos são até convergentes.
Cavaco Silva deu a entender que as alternativas em cima da mesa – coligação ou governo de esquerda – não apresentam as garantias de estabilidade necessárias, mas mesmo assim considerou a solução liderada por António Costa mais inconsistente e, como tal, envolta em maiores riscos perante os compromissos com a União Europeia e as metas estratégicas definidas para o país.
Numa indireta ao BE e ao PCP, o Presidente da República sustentou que optar por uma solução hostil à UE seria catastrófico para Portugal, dizendo recear uma quebra de confiança e de credibilidade junto das instituições europeias e financeiras.
O chefe de Estado argumentou com a União Europeia e com a tradição democrática de indigitar o líder da força mais votada para fundamentar a sua opção, dando por finalizada a sua tarefa e lançando a bola agora para a Assembleia da República. Segundo Cavaco Silva, caberá aos deputados apreciar o programa que o novo governo irá apresentar dentro de 10 dias.