Fotos: Rui Marote
Assuntos “de carácter nacional, estratégicos para o futuro de Portugal” estiveram no centro da conversa mantida hoje de manhã entre Sampaio da Nóvoa e Miguel Albuquerque, referiu o primeiro. O docente universitário, que se perfila como candidato à Presidência da República, disse que esta visita, que serviu para uma formal apresentaçãoi de cumprimentos, também permitiu a abordagem de temas relacionados com a Autonomia regional e com as circunstâncias da Madeira, em particular. Nóvoa está na Madeira no decorrer de uma visita de apresentação da sua candidatura à mais alta magistratura da Nação, cujo programa o Funchal Notícias oportunamente divulgou.
“Há uma partilha muito grande de pontos de vista em relação ao que são grandes ideias de futuro para Portugal, e sobretudo uma ideia que o sr. presidente do Governo Regional referiu hoje na nossa conversa, e que é uma ideia que eu próprio tenho vindo a falar, que é perceber a nova centralidade de Portugal, incluindo a nova centralidade da Madeira, do ponto de vista do que vai ser o mundo do séc. XXI”, garantiu.
Para Sampaio da Nóvoa, é importante evitar um discurso sobre Portugal (e a Madeira) continuamente marcado por uma conotação de periferia, de país irrelevante, de país pequeno: “Temos de perceber onde é que está a nossa centralidade no mundo do séc. XXI”, exortou.
O chefe do Executivo madeirense, disse o candidato presidencial, insistiu no tema da continuidade territorial. O triângulo Madeira-Açores-Continente, sublinhou, confere a Portugal uma geografia particularmente influente nas relações entre a Europa, a América e a África, “numa valorização do Atlântico, numa valorização do mar”. Uma posição, na sua perspectiva, “única na Europa, e eu quase diria única no mundo”.
Sampaio declarou, por outro lado, que a solidez das autonomias regionais é algo consensual, e que ninguém se atreveria a pôr em causa. “O meu coração estará sempre desse lado”, afirmou, garantindo não ser apologista da centralização.
Confrontado com o agravamento fiscal que pesa sobre os madeirenses, na sequência do Plano de Ajustamento, numa discriminação negativa que penaliza os cidadãos insulares, o nosso interlocutor referiu que, se fosse presidente da República, poderia ter uma palavra sobre essa matéria, embora não se trate de competência do cargo.
De qualquer modo, admitiu a necessidade de encontrar soluções que possam colocar vantagens competitivas nas regiões autónomas, e que lhes possam permitir tirar o maior partido possível dos seus recursos, não só naturais mas humanos, e da sua situação geográfica.
Interrogado sobre a sua opinião sobre uma eventual autonomia fiscal para as regiões, respondeu assim: “Julgo que é necessário encontrar soluções que possam promover essa competitividade das regiões. Provavelmente nenhum de nós pensará que possam vir para a Madeira indústrias pesadas, de grande intensidade, mas todos percebemos que a Madeira tem condições (…) para poder usufruir, se soubermos usar bem algumas vantagens fiscais, de condições de competitividade e internacionalização que são muito importantes para o conjunto do país”. Por isso, mostrou-se favorável a que se encontrem os enquadramentos fiscais que possam ajudar a Madeira no seu desenvolvimento e na sua internacionalização.