Maria Ascensão e Virgílio Teixeira: os dois “embaixadores” da Madeira

virgilio-teixeira-maria-ascencao

Foram dois embaixadores da Madeira em áreas distintas: Maria Ascensão, o ícon do Grupo Folclórico da Camacha, e o ator madeirense, Virgílio Teixeira. Durante décadas, o nome da Região foi projetado no panorama nacional e internacional através destas duas figuras emblemáticas da cultural nacional. Compete às novas gerações e às entidades competentes perpetuar a sua memória.

De sorriso aberto e franco, sempre pronta a levar os cantares tradicionais da Madeira a qualquer parte do mundo, era assim esta “camacheira”, como gentilmente a chamavam, ou então, “a loura” da Camacha, a alma fundadora do Grupo Folclórico da Camacha.Naturalmente com vénia a Alfredo Ferreira Nóbrega, o fundador oficial do Grupo. Um agrupamento que, na década de 80, foi distinguido com a medalha de prata e respetivo diploma de Mérito Turístico pelo presidente do Governo Regional da Madeira, No seu 40º aniversário, recebeu o Galardão Especial da Secretaria Regional de Turismo e Cultura.

Em 1985, Maria Ascensão Fernandes foi homenageada pela Secretaria de Turismo e Cultura e em 1991 pelo Presidente do Governo Regional da Madeira. Sem tempo para lamúrias nem para os condicionalismos da idade, Maria Ascensão sempre deu o seu pé de dança, mesmo na idade avançada, e era um estímulo para as gerações mais novas que continuam a manter o projeto do Grupo Folclórico da Camacha.

Outra vedeta madeirense, na imagem a cumprimentar Maria Ascensão, após uma atuação do Grupo, dispensa palavras. O homem que se destacou no cinema português, projetado em todo o mundo e que tanto contribuiu para aproximar o nome da Madeira e do país das comunidades de emigrantes. Foram cerca de 93 produções cinematográficas em que o ator madeirense participou, em Portugal, Espanha e Estados Unidos. O filme “Aves de Arribação”, em 1949, foi a sua estreia, contracenando com Amália  Rodrigues e Sofia Loren.

Virgílio Reixeira nasceu em 1917 e faleceu com 93 anos de idade. ”Era um grande madeirense e não me esqueço que foi o primeiro director do Centro das Comunidades Madeirenses, tínhamos que atingir as comunidades e ele fez um trabalho notável”, afirmou o então presidente do GR, Alberto João Jardim. “Custa-me, porque era um grande amigo”, acrescentou o governante madeirense.

O então diretor regional dos Assuntos Culturais, João Henrique Silva, disse, por seu lado, que o actor era “um cidadão do mundo” que teve “a ousadia de sair da sua terra” para conquistar “um grande palmarés na indústria cinematográfica onde ganhou uma grande coroa de glória”.

Maria Ascensão e Virgílio Teixeira, um encontro de gigantes cuja memória urge perpetuar.