Educação inclusiva ainda enfrenta preconceitos mas Rómulo Neves defende-a até em congressos internacionais

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Entre a teoria e a prática da inclusão nas escolas ainda há muito que fazer.

A educação inclusiva continua a ser uma meta do sistema educativo em Portugal. Porém, também é indesmentível que este objetivo major da educação esbarra ainda com um universo de dificuldades e preconceitos que urge gradualmente ultrapassar, em nome de uma escola pública de e para todos.

Não tem sido fácil esta inclusão para ambos os lados. Mas o docente Rómulo Neves tem vindo nos últimos anos a bater-se pela inclusão e consequente desmoronar de falsos mitos e receios, procurando fazer intervenções sobre o tema quer em Portugal quer no estrangeiro.
É neste contexto que Rómulo Neves, em representação da Associação Portuguesa de Professores de Inglês e com o apoio do Governo Regional da Madeira/Secretaria  Regional de Educação e Recursos Humanos, foi convidado a apresentar a comunicação “Students with SEN: What Can a Teacher Do?” no 38.º Congresso Nacional da TESOL SPAIN (Teachers of English to Speakers of Other Languages in Spain – http://www.tesol-spain.org/en/pages/1/convention-2015.html), que decorreu entre os dias 6 e 8 de março, em Salamanca, Espanha, e apresentará a comunicação “Engaging 30 students in an inclusive classroom” na 49.º Conferência Internacional da IATEFL (International Association of Teachers of English as a Foreign Language – http://www.iatefl.org/annual-conference/manchester-2015) que decorrerá de 11 a 15 de abril, em Manchester, Reino Unido. Seguidamente apresentará ainda comunicações na Rússia e em Angola.
Este professor salienta que “a educação inclusiva é uma preocupação dos sistemas educativos que trabalham arduamente para promover uma educação de qualidade. Uma preocupação que tem vindo a ser encarada com mais afinco nas últimas décadas, tendo-se multiplicados os estudos e investigações que favorecem a inclusão de todas as crianças no contexto escolar. Claro que as respostas educativas são diferenciadas e ajustadas às características de cada uma, mas o objetivo é sempre o mesmo para todas elas: que se formem melhores cidadãos, felizes e capazes de contribuir para o meio no qual estão inseridos”.
O professor e investigador empenha-se em “aproximar os mundos de todos os jovens, aqueles que precisam de uma aproximação maior e daqueles que apenas precisam que se estique a mão para eles passarem. Recusa-se a chamar jovens especiais, porque para ele todos os jovens são especiais”.
Na opinião do investigador, “a inclusão ainda está em curso, é um processo gradual que a cada dia está mais afirmada na nossa sociedade. O problema ainda assenta nos complexos e preconceitos que se demonstram quer seja porque olhamos para o cimo de uma escadaria (em vez de subirmos um degrau de cada vez e celebrar as vitórias que vão surgindo), quer seja porque muitas Famílias deixam de sonhar (quando na verdade o que faz falta é sonhar outros sonhos, mais realistas, mas igualmente com um final feliz)”.
Muitas etapas já foram percorridas mas o trabalho pela frente não deixa margem ao descanso sob pena de afrouxar as conquistas já feitas. Segundo Rómulo Neves declarou ao Funchal Notícias, “certamente que ainda há muito trabalho a fazer, mas também importa destacar que muito trabalho se tem feito. Acreditemos que é sempre possível fazer mais e melhor,  temos de repetir, insistir e nunca desistir e, de facto, como Miguel Torga referiu o que realmente importa é partir”.