Bernardo Trindade insiste: Região deve cobrar taxa pela utilização das veredas e levadas

Bernardo_Trindade
Foto retirada do site http://local.pt/

O ex-secretário de estado do turismo falava na conferência da tarde de hoje, promovida pelo Diário de Notícias do Funchal, no Hotel Inspira, em Lisboa, uma unidade moderna no centro da capital, por sinal inaugurada por si em 2010.

A conferência tinha por tema os vetores de desenvolvimento da economia da Madeira: o mar, o centro internacional de negócios e o velhinho sector do turismo, com os seus dois séculos de história na Madeira.

Oradores, para além de Bernardo Trindade, o atual secretário de estado do turismo, Adolfo Mesquita Nunes, a administradora do centro internacional de negócios Clotilde Palma, o economista João Abel de Freitas e Albrecht Gundermann da Euromar, a empresa promoveu o incremento dos recentes registos de navios que colocaram o nosso MAR, à frente do Registo de Gibraltar e muito próximo de outros centros de registos europeus.

Neste momento há 325 embarcações de diferentes tonelagens com bandeira portuguesa e com a referência “Madeira”, nos respetivos cascos. O Registo de Navios foi apresentado como uma prova de sucesso. Há ainda sinais de progressos noutras áreas. Isso mesmo foi sublinhado por mais do que um dos oradores, mas o atual secretário de estado alertou para a necessidade de não embandeirar em arco porque isso pode prejudicar a dinâmica que o setor precisa de ter. O potencial do mar não se fica pelo serviço de registo de navios mas neste caso específico a defesa coube a Albrecht Gundermann e Clotilde Palma. Esta última, para além de administradora do CINM é professora universitária, especialista nas chamadas “praças off-shores” e disse não compreender que haja políticos portugueses a defender o fim destes centros de negócios “autorizados” e “super escrutinados pela comissão europeia”. Clotilde Palma avançou números: os lucros da praça financeira correspondem a 1/5 do PIB regional. Disse ainda que as empresas que saíram da praça da Madeira provocaram uma diminuição de receitas do IRS equivalente à ajuda financeira especial dada à Madeira.

Quanto à questão da taxa a aplicar aos turistas que visitem as nossas levadas foi colocada por Bernardo Trindade. Este hoteleiro e político entende que é de todo o interesse que as levadas e veredas precisam de investimento em conservação, manutenção e até instalação de casas de banho em pontos específicos. Trindade deu como exemplo o que se faz noutros destinos, nomeadamente nas vizinhas ilhas Canárias.

A conferência registou uma interessante participação de políticos, estudantes e outros interessados no debate destes assuntos.

Roquelino Ornelas