BE quer moratória à construção de novos hotéis e empreendimentos de luxo

A candidatura do Bloco de Esquerda às próximas eleições legislativas regionais veio dar conta de que recebe, frequentemente, “denúncias de despejos ou subidas inesperadas de rendas que afectam de forma dramática a vida de muitas famílias madeirenses”.
Há quem diga que o mercado tem de funcionar. O Bloco acredita e defende que o respeito e a dignidade não têm preço e que todas as pessoas têm direito a uma casa para viver, diz o partido. Esta, defende, é a condição primeira e o alicerce do ser humano, que se constrói em família e em comunidade.
“Com frequência temos notícias de que os preços da habitação continuam a subir e que a Madeira, uma das regiões mais pobres do país, é aquela em que o valor mais sobe. A crise da habitação exige medidas urgentes e corajosas. Na Madeira não falta a construção, mas faltam as casas. A prioridade do Governo liderado por Miguel Albuquerque, com o apoio do CDS e do PAN, não é a construção ou o arrendamento de casas que as famílias madeirenses possam pagar, mas sim a promoção e o apoio ao mercado de luxo, ao alojamento local, aos fundos imobiliários”, denuncia o BE.
O Bloco de Esquerda afirma defender outro paradigma, e já apresentou medidas para o mercado de arrendamento, como a imposição de tectos máximos nas rendas.
Apresentou também propostas concretas para garantir que a construção se dirige à habitação.
“Exigimos mudanças a bem das famílias madeirenses, e por isso defendemos:
– moratória à construção de novos hotéis e empreendimentos de luxo durante 4 anos. A prioridade nos terrenos urbanizáveis tem de ser a habitação;
– imposição de uma quota 25% da área de construção para habitação a custos controlados no licenciamento de todos os novos projectos imobiliários;
– fim dos vistos gold e dos apoios e incentivos com dinheiro público e fundos europeus aos projectos imobiliários de luxo.
“Já todos sabemos que o projecto do PSD Madeira e da direita em geral é mais e mais construção de apartamentos de luxo e hotéis”, concluem os bloquistas.