Liberais questionam situação do supermercado LIDL na RAM

A Iniciativa Liberal aborda, num comunicado, a rede de retalho LIDL, marca por todos reconhecida, mesmo por aqueles que nunca a usaram. “São alemães. É só a maior rede de retalho da Europa e o sexto maior grupo comercial do mundo. Chegaram a Portugal em 1995 e têm hoje números significativos: 4 centros logísticos, 8200 trabalhadores, 269 supermercados e exporta 228 artigos portugueses. Investem, criam riqueza, são factor exponencial de concorrência, beneficiando o consumidor. Daqui a 8 anos atinge uma idade que a esmagadora maioria de nós nunca atingirá: 100 anos”, refere o partido.

O LIDL, dizem os liberais, “não brinca em serviço”. Estudam mercados e o modo como se comportam (público-alvo e tamanho, disponibilidade financeira, preços); concorrência, ganhos desta e preços praticados, pontos fracos e fortes; elementos diferenciadores de produtos e serviços; localizações; custo/benefício; manutenção; necessidades funcionais; tecto de investimento; análise e interligação dos dados recolhidos; etc.

“O LIDL “não brinca em serviço”. Sabem que o Grupo LIDL tem os seus próprios barcos, com os quais transporta carga? Os choques de distribuição dos últimos anos fizeram com que assumissem o controlo da cadeia de abastecimento. Dependendo do volume do negócio na região, não seria de admirar que, num determinado momento, começássemos a ver cargueiros de marca própria a fazer transporte para a Madeira. Se espaço houvesse, poderiam mesmo alargar o transporte a outros interessados”, aponta a IL.

“O Grupo Lidl fechou o seu exercício de 2021 com um volume de negócios de 100.800 milhões de euros, o que representa 50 vezes o Orçamento Regional da Madeira. A operação portuguesa do LIDL representa mais de 1% do PIB nacional. O seu resultado por ano em Portugal é, também, ele superior ao nosso Orçamento. Têm um crescimento médio nos últimos anos de mais de 6%. Contribui com 245 milhões de euros na produção nacional em 2022”, continua a IL-Madeira.

“Querem fazer-nos crer, que este Grupo caiu de paraquedas na Madeira? Que gastou cerca de 5 milhões de euros, para comprar uma posição com alguma relevância na estrutura da cidade, sem ter garantias dadas por alguém de que aí poderia instalar um supermercado? Alguém, na Câmara ou no Governo, deu garantias ao LIDL para que este tivesse avançado com o negócio. Não falamos de amadores. Falamos de estruturas empresariais altamente profissionalizadas”, sentencia a IL.

“Alegou a CMF a impossibilidade da instalação de um supermercado da marca junto ao Largo da Cruz Vermelha, escudando-se no PDM e no factor trânsito. Ora, muito bem, gostaríamos então de saber quais são os constrangimentos em relação às duas coisas. Soube-se agora do desinteresse da marca em se instalar, por agora e quando previam fazê-lo ainda este ano, na Madeira. Os funchalenses e os madeirenses têm o direito de ser informados, com dados concretos, e não com coisas deitadas ao vento para ver se pegam”, conclui a nota enviada às Redacções.