Problema das dependências e da mendicidade parece não ter solução no Funchal

 

Apesar dos múltiplos alertas e dos esforços desenvolvidos pelas entidades oficiais, este é um problema de difícil solução e que abarca diversas vertentes. A verdade, no entanto, é que expõe uma série de vícios, inclusive legais e economicamente incentivados – o alcoolismo é disso exemplo –  e de desigualdades sociais constatáveis. Quando se chega ao ponto de preferir dormir ao relento numa noite fria do que num abrigo, é porque se está num estado adiantado de degradação pessoal e social. E essa degradação humana continua à vista de quem quer ver, mudando a face de um Funchal que já conhecemos algo diferente.

Quais são as soluções? Passam por actuações concertadas de equipas multidisciplinares, sociais, psicológicas, securitárias. Pelo estabelecimento de planos a longo prazo de combate aos flagelos do alcoolismo e da toxicodependência.

Estão a acontecer? Há quem diga que sim. Nós limitamo-nos a retratar o que continuamos a ver no centro do Funchal, nas proximidades da Secretaria da Inclusão, de igrejas, da Câmara Municipal. Também já mostrámos o panorama dos sem-abrigo na zona turística do leste da cidade. Não é bonito.

E continuaremos a mostrar enquanto ele se mantiver, nem que seja só para dizer que estes desequilíbrios no modelo de desenvolvimento existem, e para alertas as consciências. Que este não é um problema exclusivo do Funchal, nem da Madeira, mas que é um problema com o qual temos de lidar, lá isso temos.

Fica aqui o registo de um fim-de-tarde e de uma noite frias, com fotos que o jornalista colheu enquanto percorria a urbe. Hoje em destaque na nossa rubrica “Imagem”.

Atrás deste amontoado de malas velhas, sacos e caixotes de papelão, dormem pessoas na entrada de uma loja de “souvenirs” na Rua João de Deus.